Um primeiro grupo de associações e partidos políticos do Mali "apela às autoridades no poder, tendo em conta o vazio jurídico e institucional (...) para que criem as condições de uma consulta rápida e inclusiva, para que instaurem uma arquitetura institucional, com vista a organizar a eleição presidencial o mais rapidamente possível", num comunicado publicado no domingo à noite.
Os signatários desta declaração acrescentam que utilizarão "todos os meios legais e legítimos para que o Mali regresse" à "ordem constitucional normal e ao concerto das nações, garantia de estabilidade política".
Num segundo comunicado, também divulgado este domingo à noite, a Rede dos Defensores dos Direitos Humanos no Mali (RDDHM), que reúne cerca de 50 organizações locais, lançou o mesmo apelo à junta militar, liderada pelo coronel Assimi Goïta.
"O país está a atravessar enormes dificuldades e a transição não se destina a resolver todos os problemas do país. É tempo de sair deste impasse, tanto mais que o último adiamento da transição expirou a 26 de março", sublinha o presidente da RDDHM, Souleymane Camara, que apela ao regresso à "ordem constitucional".
Em junho de 2022, a junta militar no poder comprometeu-se a entregar o poder a um governo civil eleito no final de um período dito de transição, que terminaria a 26 de março de 2024, na sequência de uma eleição presidencial prevista para fevereiro.
Os militares anunciaram entretanto o adiamento das eleições presidenciais para uma data ainda desconhecida e não deram qualquer outra indicação sobre as intenções de concluir o processo de transição.
Quaisquer tomadas de posição por parte da oposição ao poder militar no país tornaram-se a exceção, sufocadas por injunções de unidade nacional e medidas repressivas.
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