Alemanha. Líderes de rede que preparava golpe de Estado julgados em maio
O julgamento dos supostos líderes de uma rede armada de extrema-direita acusada de preparar um golpe de Estado na Alemanha começará em 21 de maio, anunciou hoje o tribunal de Frankfurt.
© Boris Roessler/picture alliance via Getty Images
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O grupo, que pretendia invadir o Parlamento Federal (Bundestag), foi desmantelado no final de 2022, num caso que chocou o país.
O julgamento envolve nove pessoas acusadas de "participação numa organização terrorista", disse o tribunal de Frankfurt num comunicado citado pela agência francesa AFP.
A lista de acusados inclui o aristocrata Henri XIII, conhecido como príncipe Reuss, uma magistrada e ex-deputada do partido de extrema-direita AfD, e um ex-oficial do exército.
Estão previstas audiências até janeiro de 2025.
Trata-se da principal ação judicial lançada contra esta rede alimentada pela ideologia dos Reichsburger (cidadãos do Reich), um movimento extremista que contesta a autoridade do Estado alemão.
O grupo planeava invadir o Bundestag e derrubar o Governo.
Os restantes 26 membros e apoiantes desta tentativa de golpe serão julgados a partir do final de abril, em Estugarda, para nove deles, e em Munique, a partir de junho, para os restantes.
A vasta operação contra esta célula, em 07 de dezembro de 2022, chocou a Alemanha, destacando os mecanismos da ameaça conspiracionista e de extrema-direita.
"O objetivo desta rede era eliminar pela força a ordem pública existente na Alemanha e substituí-la por uma nova", disse o tribunal de Frankfurt.
Segundo os investigadores, o grupo foi estruturado no final de julho de 2021, com uma organização quase governamental.
Os membros tinham diferentes atribuições nas áreas da defesa, administração interna, saúde, negócios estrangeiros e justiça, e organizavam reuniões regulares.
Descendente de uma linhagem do estado regional da Turíngia (leste), Henri XIII é considerado o principal líder.
Outras figuras centrais incluem Rudiger v. P., um ex-tenente-coronel que comandou um batalhão de paraquedistas nos anos 1990, e a magistrada Birgit Malsack-Winkemann, ex-deputada do partido de extrema-direita AfD entre 2017 e 2021.
Nos últimos anos, as autoridades alemãs classificaram a violência de extrema-direita como a principal ameaça à ordem pública, antes do risco 'jihadista'.
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