De acordo com Elias Atabor, um líder da comunidade de Agojeju-Odo, na localidade de Omala, um grande número de atacantes invadiu a aldeia por volta das 16h00 (15h00 GMT) de quinta-feira, abrindo fogo contra quem se encontrasse à vista.
"É muito triste que isto tenha acontecido, é uma grande tragédia (...). Até agora, enterrámos 25 pessoas cujas vidas foram ceifadas pelos atacantes. Muitas pessoas ficaram feridas e, neste momento, muitas continuam desaparecidas", lamentou Elias Atabor.
"Há medo por todo o lado. As pessoas receiam que os atacantes voltem", acrescentou, salientando que esta comunidade tem sofrido muitos ataques deste tipo nos últimos tempos e precisa de "proteção" por parte das autoridades.
Atabor atribuiu os ataques a "bandidos", termo utilizado no país para designar os bandos de criminosos que cometem assaltos e sequestros em massa a troco de elevados resgates.
No entanto, um residente da aldeia atacada, Bashir Bello, descreveu os ataques como atos de retaliação por parte de pastores nómadas, após confrontos com os vizinhos ocorridos nos últimos dias.
"Houve desentendimentos entre o nosso povo e os pastores Fulani na semana passada, que resultaram em pequenos confrontos", disse Bello à EFE.
"Os pastores voltaram para retaliar depois de ataques a alguns deles (...) Enterrámos mais de 20 pessoas", acrescentou.
O estado de Kogi situa-se na zona que divide o norte da Nigéria, maioritariamente muçulmano, e o sul, maioritariamente cristão, e há anos que regista tensões étnicas e religiosas.
Os confrontos entre as comunidades agrícolas, maioritariamente cristãs, e os pastores Fulani, maioritariamente muçulmanos, são frequentes na região devido a divergências sobre a utilização das terras e os escassos recursos naturais, um fenómeno agravado pelas alterações climáticas.
A esta insegurança juntam-se os incessantes ataques de bandidos em alguns estados do país - especialmente no centro e noroeste -, que continuam apesar das repetidas promessas de acabar com a violência por parte do Governo nigeriano, que reforçou o destacamento das suas forças de segurança.
O nordeste do país também enfrenta desde 2009 a violência do grupo jihadista Boko Haram e, desde 2016, também do Estado Islâmico na Província da África Ocidental (ISWAP).
Leia Também: Pelo menos 4 mortos em debandada durante entrega de dinheiro na Nigéria