"As exigências da nossa população e das nossas forças nacionais são um cessar-fogo permanente, uma retirada das forças de ocupação [de Israel] da Faixa de Gaza, o regresso dos deslocados aos seus bairros, liberdade de movimento, assistência e abrigo para a população. E um acordo de troca de reféns sério", indicou em comunicado o movimento palestiniano, citado pela agência France Presse.
No comunicado, "o Hamas confirma a sua adesão à posição apresentada a 14 de março (...) à qual não renunciará".
A delegação do Hamas estará no Cairo, no Egito, este domingo, a convite dos mediadores egípcios.
O Cairo, tal como Doha, no Qatar, tem sido palco de negociações nas últimas semanas, para acordar uma trégua e libertar reféns, mas mantém-se um impasse.
Na sexta-feira o presidente norte-americano Joe Biden instou os líderes do Egito e do Qatar a pressionar o Hamas para um acordo com Israel para a libertação de reféns.
Esta iniciativa de Biden surge também quando o chefe da CIA se desloca ao Cairo este fim de semana, para discussões sobre uma trégua e a libertação dos reféns.
A Faixa de Gaza é alvo há cerca de seis meses de uma devastadora intervenção militar israelita, desencadeada pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades de Telavive.
A ofensiva israelita na Faixa de Gaza já provocou mais de 33.000 mortos, a maioria crianças e mulheres, segundo o Hamas, que governa o pequeno enclave palestiniano desde 2007.
Israel confronta-se com uma crescente pressão internacional devido à grave situação humanitária dos cerca de 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que já está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
A população da Faixa de Gaza está a enfrentar o colapso dos hospitais, surtos de doenças e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.
A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas.
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