O até agora presidente do parlamento e líder de um dos três partidos da coligação de populistas de esquerda e ultranacionalistas, derrotou assim o pró-europeu Ivan Korcok, que ficou em primeiro lugar na primeira volta, há duas semanas.
Durante a campanha, Pellegrini defendeu a necessidade de negociar com a Rússia para pôr fim à guerra iniciada com a invasão da Ucrânia, posição também defendida pelo Governo que, desde que chegou ao poder no outono, interrompeu a importante ajuda militar que o país estava a prestar a Kiev.
A taxa de participação nas eleições foi de 60%, mais 18 pontos do que em 2019.
Os analistas previam que uma elevada afluência às urnas beneficiaria Pellegrini, que conseguiu não só mobilizar os seus eleitores como atrair a maioria daqueles que, há quinze dias, votaram noutros candidatos, como o ultranacionalista Stefan Harabin, que ficou em terceiro lugar.
O candidato do Governo venceu em sete das oito regiões do país, enquanto o seu rival, apoiado pela oposição liberal e pró-europeia, só ficou em primeiro lugar em Bratislava, a capital.
Korcok centrou a campanha na defesa do apoio militar à Ucrânia e em posicionar-se como um contrapeso ao Governo liderado pelo populista de esquerda Robert Fico, a quem acusa de violar o Estado de direito com medidas como a eliminação do gabinete do procurador anticorrupção e os seus ataques aos meios de comunicação social.
O Presidente eleito, por seu lado, descreveu o rival como um apoiante da guerra e acusou-o de querer enviar tropas eslovacas para combater na Ucrânia.
O partido de Pellegrini, o Hlas, é uma cisão do Smer de Fico, o veterano político de quem era um colaborador próximo e com quem teve formação política.
Pellegrini sucedeu a Fico no cargo de primeiro-ministro quando este se demitiu, na sequência dos protestos populares e da agitação provocada pelo assassínio de Ján Kuciak, um jornalista que investigava as ligações entre o crime organizado e o poder político.
Após as eleições de setembro, Hlas e Smer formaram um Governo com o ultranacionalista SNS, o que levou à suspensão dos dois partidos do grupo dos sociais-democratas europeus.
Desde 2018 que Fico tem vindo a adotar posições anti-imigração e eurocépticas que o aproximam do ultranacionalista Viktor Orbán, primeiro-ministro húngaro.
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