O primeiro-ministro Han Duck-soo "manifestou a intenção de se demitir", disse um funcionário presidencial aos jornalistas, de acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap.
Também o líder do Partido do Poder Popular (PPP) pediu "desculpas ao povo por não ter sido escolhido".
"Assumo toda a responsabilidade pelos resultados das eleições e vou demitir-me do cargo", declarou à imprensa Han Dong-hoon.
Os principais conselheiros do Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, igualmente do PPP, estão a considerar demitir-se após a derrota eleitoral, informaram meios de comunicação social sul-coreanos, incluindo a Yonhap.
Com a maior parte dos votos contados, o Partido Democrático, principal partido da oposição, e o partido satélite deste, deverão ter conquistado um total de 175 lugares na Assembleia Nacional, composta por 300 membros.
Um outro pequeno partido liberal da oposição deverá obter 12 lugares, de acordo com os 'media' sul-coreanos.
Já o PPP e o partido satélite deverão ter alcançado 109 lugares.
Os resultados das eleições de quarta-feira representam um golpe político para Yoon, fazendo recuar a agenda interna do líder e deixando-o perante uma ofensiva política cada vez mais intensa da oposição liberal durante os três anos que lhe restam no cargo, escreveu a agência de notícias Associated Press (AP).
Numa reação aos resultados, Yoon Suk-yeol prometeu reformas: "Honrarei humildemente a vontade do povo expressa nas eleições gerais, reformarei os assuntos do Estado e farei o meu melhor para estabilizar a economia e os meios de subsistência das pessoas", disse o dirigente, de acordo com o chefe de gabinete Lee Kwan-sup.
O resultado significa que as forças liberais da oposição vão alargar o controlo do parlamento, embora seja possível que não consigam alcançar a maioria de 200 lugares que lhes confere poderes legislativos para anular vetos e até mesmo destituir o Presidente, indicou a AP.
Na Coreia do Sul, o poder executivo está fortemente concentrado no Presidente, mas o primeiro-ministro é o segundo responsável e dirige o país em caso de incapacidade do chefe do Estado.
A eleição de quarta-feira foi vista como um voto de confiança a meio do mandato de Yoon, um antigo procurador de topo que assumiu o cargo em 2022.
Yoon tem feito pressão para impulsionar a cooperação com os Estados Unidos e o Japão de forma a enfrentar uma combinação de desafios económicos e de segurança.
Mas o Presidente sul-coreano tem-se debatido com baixos índices de aprovação no país e com um parlamento controlado pela oposição liberal.
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