Pequim acusa EUA e Japão de difamação após reverem aliança militar

Pequim acusou hoje os Estados Unidos e o Japão de "difamação", após o Presidente norte-americano, Joe Biden, e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, terem anunciado a maior revisão da aliança militar entre os dois países em 65 anos.

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© Johannes Neudecker/picture alliance via Getty Images)

Lusa
11/04/2024 10:18 ‧ 11/04/2024 por Lusa

Mundo

Pequim

"Os Estados Unidos e o Japão ignoraram as graves preocupações da China. Difamaram e atacaram a China relativamente a Taiwan e às questões marítimas, interferindo gravemente nos assuntos internos da China", afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, em conferência de imprensa.

Para Pequim, as relações entre Washington e Tóquio "não devem ter como alvo ou prejudicar os interesses de outros países, nem minar a paz e a estabilidade regionais".

A reestruturação do comando militar dos EUA no Japão marca a maior atualização da aliança de segurança entre Tóquio e Washington desde a entrada em vigor do tratado de defesa mútua, de 1960, e surge numa altura em que ambos os países procuram conter a ascensão da China.

"A China opõe-se firmemente àqueles que se agarram à mentalidade da Guerra Fria ou a palavras e atos que apenas criam e intensificam conflitos e prejudicam a segurança e os interesses estratégicos de outros países", afirmou.

Biden e Kishida sublinharam que a sua posição sobre Taiwan permanece "inalterada" e reiteraram "a importância de manter a paz e a estabilidade no Estreito [de Taiwan] como um elemento indispensável da segurança e prosperidade globais".

Mao disse que "Taiwan é um assunto puramente interno da China" que "não permite qualquer interferência de forças externas".

"Exortamos os Estados Unidos a implementar a promessa do Presidente Biden de que não apoiará a 'independência' da ilha", disse.

Biden, Kishida e o Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., vão realizar hoje uma cimeira trilateral que se centrará nas disputas territoriais no Mar do Sul da China.

Pequim disputa territórios nestas águas, cruciais para o comércio mundial e ricas em recursos energéticos, com países como a Malásia, Filipinas e Vietname. As tensões aumentaram recentemente com Manila.

De acordo com Mao, as atividades da China nestas águas "cumprem plenamente o Direito Internacional" e são "irrepreensíveis".

"A China está disposta a continuar a tratar corretamente estas questões através do diálogo e de consultas. Ao mesmo tempo, a soberania territorial e os direitos e interesses marítimos da China são invioláveis", sublinhou.

Segundo a porta-voz, os EUA e o Japão "distorcem os factos" e "violam gravemente o Direito Internacional", o que os torna "as verdadeiras ameaças à paz e à estabilidade regionais".

"A China sempre foi um defensor da paz mundial e um contribuinte para o desenvolvimento global", apontou Mao.

"Mas, a China nunca permitirá que qualquer país interfira nos seus assuntos internos, prejudique os seus interesses ou difame a sua imagem", afirmou.

Sobre a possível inclusão do Japão na aliança de Defesa EUA - Reino Unido - Austrália (Aukus), Mao disse na quarta-feira que a China se opõe a qualquer medida "que aumente o risco de proliferação nuclear e exacerbe a corrida ao armamento na região Ásia - Pacífico".

Leia Também: Rússia, Ucrânia, China e EUA lideram a lista de crimes cibernéticos

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