A imprensa dos Estados Unidos está a avançar, esta sexta-feira, que o Irão poderá lançar um ataque em território israelita nas próximas 24 a 48 horas.
Os EUA, recorde-se, têm referido várias vezes que está iminente um ataque do Irão dirigido a Israel.
O The Wall Street Journal avançou que Teerão poderá responder, até sábado, "possivelmente em território israelita", a um ataque aéreo israelita contra um consulado na Síria, que matou 16 pessoas, entre elas vários membros da Guarda Revolucionária, incluindo dois generais.
Telavive tem-se preparado para um possível ataque iraniano, ao mesmo tempo que Washington alertou os seus funcionários em Israel para limitarem as suas viagens no país, recomendando manter-se em Telavive, Jerusalém e Be'er Sheva.
O The Wall Street Journal cita informações dos serviços secretos americanos e, ao mesmo tempo, uma fonte próxima à liderança iraniana, que diz que ainda não é certo que o ataque venha a acontecer.
"Como eu disse ao primeiro-ministro [Benjamin] Netanyahu, o nosso compromisso com a segurança de Israel contra estas ameaças do Irão e dos seus proxies [grupos aliados que o país financia em vários países da região] é à prova de bala", disse, na quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Já nesta sexta-feira, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, instou os homólogos chinês, turco e saudita a dissuadirem o Irão contra qualquer ataque a Israel.
"Ninguém tem interesse numa escalada" na região e "todos os países devem exortar o Irão a não empreender uma escalada", realçou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em declarações aos jornalistas. Além de conversar com os chefes da diplomacia chinês, turco e saudita, Blinken também falou ao telefone com o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, "para reiterar o forte apoio [dos EUA] a Israel perante as ameaças [do Irão]", sublinhou Miller.
A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, indicou, por sua vez, que Washington alertou o Irão sobre potenciais ataques contra Israel.
O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, descreveu o ataque ao consulado em Damasco, na Síria, como "um ponto de viragem". A resposta iraniana "chegará", prometeu, "hoje, amanhã, depois de amanhã, numa semana, dez dias…".
As tensões no Médio Oriente escalaram devido ao conflito em curso entre Israel e o Hamas, que foi desencadeado por um ataque realizado em outubro do ano passado pelo movimento islamita palestiniano.
Nesse dia, 1.140 pessoas foram mortas, na sua maioria, civis, e sequestradas cerca de 240 pessoas, das quais uma grande parte continua na Faixa de Gaza.
Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, tem bombardeado a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas mais de 30.000 pessoas, também maioritariamente civis.
Israel advertiu na terça-feira que responderá a qualquer retaliação do Irão, onde quer que seja, após o ataque contra o consulado iraniano em Damasco, do qual os israelitas de dissociaram.
O ataque destruiu o consulado iraniano em Damasco e causou 16 mortos, incluindo sete membros do Corpo da Guarda Revolucionária, o Exército ideológico da República Islâmica, segundo uma ONG.
Entre os mortos, estavam o chefe da Força Quds na Síria e no Líbano, general Mohamed Reza Zahedi, o seu adjunto, general Mohamed Hadi Haj Rahimi, e mais cinco oficiais da Guarda Revolucionária iraniana.
Desde então, as autoridades iranianas advertiram que reservavam o direito de responder e o líder supremo, o 'ayatollah' Ali Khamenei, disse que Israel se iria arrepender.
O ataque em Damasco foi o pior golpe para o Irão desde 2020, quando um bombardeamento norte-americano no Iraque matou o general Qasem Soleimani, que comandava a Força Quds da Guarda Revolucionária.
[Notícia atualizada às 13h56]
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