O padre franco-canadiano Johannes Rivoire, acusado de agredir sexualmente três menores inuítes, no território de Nunavut, no norte do Canadá, morreu na quinta-feira aos 93 anos.
Segundo anunciou, esta sexta-feira, o padre Ken Thorson, da congregação dos Missionários Oblatos de Maria Imaculada, Rivoire - que foi acusado dos crimes na década de 1960 e era procurado pelo sistema judicial canadiano - "morreu na quinta-feira após uma longa doença".
"Estamos conscientes de que esta notícia será difícil, em particular para os sobreviventes e as suas famílias, que pediram que ele fosse levado à justiça no Canadá", disse Ken Thorson, citado pela agência de notícias Agence France-Presse (AFP).
"Lamentamos que, apesar dos nossos esforços, o senhor Rivoire nunca se tenha disponibilizado para responder às acusações que lhe são imputadas", acrescentou.
O padre, que vivia perto de Lyon, nunca foi preso pelos crimes que cometeu e era visto como um símbolo da impunidade dos crimes cometidos no seio da Igreja Católica.
Em agosto de 2022, foi alvo de um segundo pedido de extradição apresentado por Otava por ter agredido sexualmente um jovem inuíte, na década de 1960, quando estava numa missão no extremo norte canadiano - acusação que sempre negou.
Em outubro do mesmo ano, o Ministério da Justiça francês anunciou que não iria extraditar o padre para o Canadá, explicando que, "de acordo com a sua tradição constitucional, a França não extradita os seus cidadãos".
O padre, que deixou o Canadá após 33 anos em missão, foi ainda acusado de ter agredido sexualmente outras duas crianças no Ártico canadiano, entre janeiro de 1974 e dezembro de 1979, o que motivou um mandado de prisão entre 1998 e 2017.
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