Uma minoria dos eurodeputados agiu no mandato 2019-2024 para proteger o clima e a natureza e reduzir a poluição, indica uma análise de cinco das principais organizações ambientalistas europeias, que colocam PSD e CDS-PP no grupo dos piores.
Em reação hoje enviada à Lusa, o grupo social-democrata na assembleia europeia sublinha que, "estatisticamente, entre 2019 e 2024, o PSD votou favoravelmente 95% das propostas legislativas do Pacto Ecológico Europeu", num total de 39 apoiadas de 41.
"Não é, por isso, rigorosa nem objetiva a comunicação feita por algumas organizações ambientalistas sobre o sentido de voto dos deputados do PSD relativamente às questões ambientais. Além dos dados estatísticos bem expressivos, fomos um verdadeiro motor de um dos textos mais importantes do mandato, a aprovação da Lei Europeia do Clima, a primeira do género no mundo e na qual o PPE [Partido Popular Europeu] teve um papel fundamental", salienta citada pela nota a líder da bancada social-democrata, Lídia Pereira.
A eurodeputada do PSD, que também é membro suplente da Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar, vinca que a preocupação ambiental do partido "se baseia na realidade e nos factos não em utopias ou especulações que a todos prejudicam".
"Somos a favor da descarbonização, não a favor da desindustrialização", salienta Lídia Pereira.
Sobre a controversa Lei da Restauração da Natureza, que gerou muita discussão no Parlamento Europeu, a eurodeputada acusou os parlamentares socialistas e verdes de "postura extremista, radical e até irresponsável", por ignorar setores afetados.
De acordo com a análise das organizações BirdLife Europe, Climate Action Network Europe, European Environmental Bureau, Transport & Environment e "Gabinete de Política Europeia da WWF, hoje apresentada em Bruxelas, a maioria dos eurodeputados ou agiu para adiar iniciativas ou como "pensador pré-histórico", atrasando a ação necessária ou "votando de forma irregular e inconsistente".
Ou, acrescentam as organizações num comunicado, essa maioria falhou completamente "no apoio a iniciativas que visam fortalecer a capacidade de a UE enfrentar o desafio das diferentes crises que se lhe colocam no presente e no futuro".
No barómetro de avaliação, as cinco organizações ambientalistas colocam as forças políticas em três grupos, de acordo com as ações de proteção do clima: os protetores, os que mais protegeram; os procrastinadores, na posição intermédia; e os que menos apoiaram as ações relacionadas com o clima, os pensadores pré-históricos.
Olhando apenas para os eurodeputados portugueses, o Bloco de Esquerda e o PS são classificados como protetores, o PCP é procrastinador e o PSD e o CDS-PP pensadores pré-históricos.
O barómetro analisou o voto individual de cada eurodeputado e classificou-o em relação às recomendações de voto das cinco organizações ambientais sobre 30 dossiês políticos, que incluem legislação em matéria de clima, natureza e poluição.
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