"A fachada ainda está de pé, mas começa a ceder sob o efeito do incêndio", avançou à imprensa o diretor dos serviços de emergência, Jakob Vedsted Andersen.
"Estamos a fazer todo o possível para proteger a fachada, mas não podemos dar quaisquer garantias", admitiu.
O incêndio que deflagrou hoje no edifício histórico já afetou o telhado e provocou a queda do seu icónico pináculo, não havendo neste momento informações sobre vítimas.
Os bombeiros de Copenhaga confirmaram, na rede social X, um "envio de muito efetivos" para a zona e vídeos publicados nas redes sociais mostram que o incêndio ainda está muito ativo e que há uma grande coluna de fumo no edifício.
Segundo os serviços de emergência dinamarqueses, a prioridade é "resgatar [o edifício] e extinguir [o fogo]", tendo sido fechada toda a área ao redor da antiga Bolsa de Valores, para onde também se deslocaram dezenas de polícias.
O pináculo histórico da Bolsa, em forma de caudas entrelaçadas de quatro dragões, desabou por volta das 08:30 locais (07:30 em Lisboa) devido às chamas que consumiram o edifício, localizado em Slotsholmen e que estava em processo de restauro.
Cinco horas depois, as chamas continuam fora de controlo, como confirmou Vedsted Andersen, explicando que "os edifícios antigos são muitas vezes constituídos por estruturas de madeira", que ardem facilmente.
"Aqui também há um telhado de cobre, que mantém muito bem o calor e dificulta a nossa entrada e a extinção do fogo", acrescentou.
De acordo com o chefe das operações de combate às chamas, Frank Trier Mikkelsen, poderá ser necessário remover parte do telhado para extinguir o incêndio.
"Este é o tipo de incêndio que mais tememos, porque estes edifícios têm um valor enorme. Pode-se dizer que este é o nosso pior pesadelo", afirmou.
O Ministro da Cultura da Dinamarca, Jakob Engel-Schmidt, lamentou, numa mensagem publicada na X, que "400 anos de herança dinamarquesa estejam em chamas" e aplaudiu os serviços de emergência e os cidadãos que estão "a colaborar" para "salvar tesouros artísticos e imagens icónicas do prédio em chamas".
Também a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, expressou o seu pesar pelas "imagens terríveis" causadas pelo incêndio e disse ser "um pedaço da história dinamarquesa que está em chamas".
"O edifício da Bolsa de Valores é um dos mais emblemáticos de Copenhaga", lamentou, sublinhando, numa mensagem divulgada no Instagram, que "um símbolo de 400 anos de história empresarial dinamarquesa".
Por sua vez, o Rei Frederico X da Dinamarca lamentou o "incêndio devastador" num edifício que "é uma parte importante do património cultural arquitetónico [dinamarquês]".
"Durante 400 anos, o edifício da Bolsa de Valores Christian IV foi um lugar simbólico de Copenhaga", sublinhou num comunicado publicado pela Família Real no Facebook.
"Ao longo de gerações, a sua distinta torre de dragão ajudou a designar Copenhaga como a Cidade das Torres. Até hoje, consideramos este edifício histórico como um belo símbolo da nossa capital e como um edifício do qual, como nação, nos orgulhamos", acrescentou o Rei.
"A Rainha e eu gostaríamos de agradecer a todos aqueles que, desde esta manhã, garantiram que ninguém ficava ferido e lutaram para salvar o máximo possível do edifício, bem como os muitos tesouros culturais e obras de arte que contém o antigo prédio da Bolsa de Valores", adiantou Frederico X.
O edifício, conhecido em dinamarquês como Borsen e cuja construção foi concluída em 1640, situa-se perto do Palácio de Christianborg, onde se encontra o parlamento, e é uma das principais atrações turísticas do país.
Até agora, as causas do incêndio são desconhecidas.
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