Nem o Ministério da Defesa russo nem as autoridades ucranianas forneceram pormenores sobre os balões secretos, que Moscovo e os meios de comunicação social têm reportado no campo de batalha nas últimas semanas.
As forças armadas ucranianas têm vindo a inovar desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, nomeadamente através da adaptação de 'drones' (aparelhos não tripulados) para uma utilização generalizada contra as forças russas.
De acordo com notícias russas, os balões ucranianos estão equipados com um módulo GPS e transportam explosivos. Alegadamente, são mais difíceis de detetar e podem transportar uma carga útil maior do que os pequenos 'drones' mais comuns.
Estes balões, que se desconhece se são a hélio, de ar quente ou de outro tipo, não são capazes de efetuar manobras no ar.
O módulo GPS é provavelmente utilizado para coordenar a libertação de explosivos se o balão flutuar sobre uma área específica, com o objetivo de semear o pânico no solo e distrair os meios de defesa aérea russos.
Três balões ucranianos e um 'drone' foram derrubados sobre a região de Voronezh, que faz fronteira com a região de Lugansk, ocupada por Moscovo, na Ucrânia, e dois balões foram intercetados na região de Belgorod, na Rússia, junto à Ucrânia, de acordo com o Ministério da Defesa russo.
Para além dos balões, a Rússia afirmou ter intercetado dois mísseis táticos ucranianos, 19 foguetes disparados de vários lançadores de foguetes e 16 'drones' durante a noite.
O Ministério da Defesa também afirmou que três 'drones' foram destruídos sobre a região de Rostov, ambas no sul da Rússia.
Balões derrubados pelas defesas aéreas russas no início desta semana nas regiões de Lipetsk e Kursk transportavam minas de morteiro, segundo notícias russas.
A Ucrânia está a enfrentar dificuldades no campo de batalha contra um exército maior e mais bem equipado, uma vez que o apoio militar ocidental a Kyiv tem vindo a diminuir.
A ajuda crucial dos Estados Unidos está bloqueada no Congresso, numa altura em que a Ucrânia se prepara para uma previsível grande ofensiva russa que poderá ocorrer já no próximo mês.
A Ucrânia tem visado cada vez mais alvos distantes, atrás da linha da frente, atacando bases e infraestruturas russas na retaguarda.
As autoridades de Kyiv estão a apelar aos parceiros ocidentais do país para que enviem mais sistemas de defesa aérea, uma vez que os ataques russos com mísseis e 'drones' atingem áreas urbanas e infraestruturas da rede elétrica.
O número de mortos na sequência de um ataque com mísseis russos a uma zona do centro da cidade de Chernihiv, no norte da Ucrânia, na quarta-feira, subiu para 18, tendo 78 pessoas ficado feridas, segundo as autoridades.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou na quarta-feira aos líderes da União Europeia (UE) para que fosse disponibilizado mais equipamento de defesa aérea, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, disse hoje, numa reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 (grupo das sete maiores economias mundiais), em Itália, que "a única questão" na sua agenda é a defesa aérea.
O presidente do Conselho Europeu, reunido em Bruxelas, revelou na quarta-feira à noite que é "uma questão de dias e semanas" até os países da UE enviarem os sistemas de defesa antiaérea que a Ucrânia tem incessantemente pedido.
A força aérea ucraniana afirmou ter abatido todos os 13 'drones' Shahed lançados pela Rússia contra a Ucrânia durante a noite.
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