O Ministério dos Negócios Estrangeiros turco rejeitou num comunicado a ligação feita na reunião dos líderes da UE em Bruxelas, na quarta-feira e hoje.
"As conclusões sobre a Turquia (...) são mais um exemplo da falta de visão estratégica em relação ao nosso país e ao contexto global", disse o ministério, citado pela agência espanhola EFE.
Na cimeira, os dirigentes da UE salientaram o "interesse estratégico" em "desenvolver uma relação de cooperação e mutuamente benéfica com a Turquia".
Ao mesmo tempo, declararam que atribuem "particular importância" ao reatamento das conversações sobre a reunificação de Chipre "para reforçar ainda mais a cooperação" entre a UE e a Turquia.
"A Turquia nunca aceitará uma posição que associe o progresso das relações UE-Turquia à questão de Chipre. A atitude de reduzir estas relações multifacetadas ao caso de Chipre deve ser abandonada", insistiu o Governo turco.
A última ronda de negociações para pôr fim ao conflito que divide Chipre desde 1974 fracassou em 2017, mas Bruxelas continua empenhada num Estado federal único.
Ancara já descartou a reunificação e está a promover o reconhecimento de um Estado cipriota turco independente no terço norte da ilha.
"A Turquia, enquanto país candidato, continua empenhada na adesão à UE. Rejeitamos, no entanto, limitar a cooperação bilateral a aspetos específicos", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco.
"No futuro, iremos rever o nosso diálogo com a UE para o basear na reciprocidade, tendo em conta o ritmo e o nível dos passos da UE em relação à Turquia", acrescentou.
A Turquia apresentou um pedido de adesão à então Comunidade Económica Europeia em 1987, e foi declarada elegível para aderir à UE 12 anos depois, em 1999.
Além da Turquia, têm atualmente o estatuto de países candidatos à UE Albânia, Bósnia-Herzegovina, Geórgia, Macedónia do Norte, Moldova, Montenegro, Sérvia e Ucrânia.
O Kosovo é considerado um potencial candidato.
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