Colorado tenta banir armas de assalto 25 anos após massacre de Columbine

Legisladores do Colorado aprovaram um projeto de lei para banir armas de assalto naquele estado norte-americano, 25 anos depois do massacre na escola secundária de Columbine, em que 12 estudantes e um professor foram abatidos por dois adolescentes.

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Lusa
19/04/2024 13:41 ‧ 19/04/2024 por Lusa

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Encabeçado pelo congressista estadual Tim Hernández, o projeto 24-1292 foi aprovado na Câmara dos Representantes do Colorado, numa votação histórica que permitiu o avanço da proposta para o Senado estadual, onde tem o apoio da senadora Julie Gonzales. 

Em causa está a proibição da venda, produção e transferência de armas de assalto, algo que nunca tinha sido aprovado no Colorado. Apesar das repercussões profundas que o massacre de Columbine teve, as leis referentes a armas no estado mantiveram-se mais relaxadas que em estados vizinhos, como a Califórnia. 

"Em 25 anos desde o pior tiroteio de sempre ocorrido numa escola na história do Colorado, que nos fez sentir doentes, ainda permitimos que as armas usadas para massacrar crianças numa biblioteca sejam vendidas", apontou Hernández antes da votação. "Ainda permitimos que a nossa paixão cultural pelas armas permeie as nossas vidas". 

Hérnandez, ex-professor tornado congressista, apontou que nove em cada dez tiroteios em massa com maior número de vítimas inclui o uso de armas de assalto como as que pretende banir. "Moralmente não posso ficar sem fazer nada", frisou. 

O massacre de Columbine chocou a nação a 20 de abril de 1999, quando os adolescentes Eric Harris e Dylan Klebold assassinaram a tiro 12 estudantes e um professor no pátio, cafetaria e biblioteca da escola, ferindo 21 outras pessoas. Depois de trocarem tiros com a polícia, Harris e Klebold suicidaram-se.

Os seus motivos não são totalmente conhecidos, embora se saiba que planearam o ataque -- no início focado em bombas caseiras que não detonaram -- durante cerca de um ano. Adquiriram as armas de assalto que usaram num mercado onde não foi feita a verificação de identidade e dispararam 188 vezes no ataque, que durou menos de uma hora (entre as 11:19 e as 12:08). 

A polícia foi criticada pela demora em intervir e o massacre desencadeou aquilo que é hoje conhecido como IARD, ação imediata em situações de tiroteio em curso. 

"Peço-vos que nunca se esqueçam do Kyle, Isaiah, Cassie e o professor Dave", disse Hérnandez, referindo-se a algumas das vítimas do ataque. 

O massacre inspirou dezenas de outros tiroteios não apenas nos Estados Unidos mas em várias partes do mundo, naquele que é conhecido como "efeito Columbine". Também deu origem a discussões sobre a violência em música, filmes e videojogos, o uso de antidepressivos na adolescência e os efeitos do 'bullying' nas escolas. 

Após Columbine, vários outros tiroteios abalaram o Colorado, incluindo um ataque numa sala de cinema em Aurora, num supermercado em Boulder, numa escola secundária em Highlands Ranch e numa discoteca em Colorado Springs.

O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) registou 48.830 mortes por armas de fogo nos Estados Unidos em 2021, o pior ano de sempre em violência armada no país. O número inclui homicídios, suicídios e mortes por disparos acidentais. 

Em 2022, quando o presidente Joe Biden assinou o primeiro pacote legislativo em trinta anos que apertou os controlos sobre armas, ativistas e sobreviventes de violência armada, incluindo de Columbine, celebraram o momento na Casa Branca.

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