O prazo de 10 a 12 semanas é mais tarde do que aquele desejado pelo primeiro-ministro, que tinha dito que queria que se concretizasse ainda durante a primavera.
Sunak garantiu, numa conferência de imprensa, que o parlamento vai funcionar esta noite, "não interessa até que hora", até a proposta de lei ser aprovada, culpando o Partido Trabalhista de dificultar o processo.
A legislação vai voltar à Câmara dos Comuns (câmara baixa parlamentar), depois de a Câmara dos Lordes (câmara alta) terem frustrado as tentativas do Governo de aprovar a proposta na semana passada, votando a favor de duas alterações.
O chamado "pingue-pongue" parlamentar sobre o projeto de lei relativo à segurança do Ruanda dura há quase três semanas e inicia hoje a quarta ronda, aproximando-se do recorde de cinco rondas atingido em 2000.
O Governo não fez concessões a nenhuma das dez emendas aprovadas pelos Lordes em diferentes ocasiões, que insistem na isenção de afegãos que ajudaram as tropas britânicas e em querer que o Parlamento decida se o Ruanda é um país seguro.
Para ser promulgada, a legislação precisa de ser aprovada por ambas as câmaras, prevalecendo, por tradição, a Câmara dos Comuns, cujos membros são eleitos, e onde o Governo tem uma maioria.
"A partir do momento em que a proposta de lei for aprovada, vamos dar início ao processo de remover aqueles identificados para o primeiro voo", afirmou Sunak.
Antecipando recursos judiciais que podem demorar quatro a oito semanas, o chefe do Governo disse o espaço para deter migrantes foi aumentado para 2.200 espaços, 200 trabalhadores treinados e dedicados para analisar processos, 25 salas de tribunal disponibilizadas e 150 juízes identificados para avaliar os casos.
A legislação também permite ao Governo ignorar providências cautelares do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
"Nenhum tribunal estrangeiro nos vai parar", declarou Sunak, prometendo que as deportações para o Ruanda vão ocorrer, "aconteça o que acontecer".
Sunak espera que o plano dissuada migrantes de entrarem ilegalmente no país, onde este ano já chegaram 6.265 após atravessarem o Canal da Mancha.
Em 2023 foram contabilizados 29.437 migrantes ilegais que chegaram em embarcações como barcos de borracha, uma redução de 36% face aos 45.774 de 2022.
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