A Rússia - que tem estado numa postura de ataque desde o outono de 2023 - reivindicou hoje a conquista de uma aldeia no leste da Ucrânia localizada não muito longe de Vougledar, na junção das frentes leste e sul, procurando assegurar o seu controlo.
"Não vamos entrar em muitos detalhes, mas estamos a chegar a um período difícil, em meados de maio e início de junho", alertou Budanov, questionado sobre o estado na frente de batalha durante uma entrevista aos serviços ucranianos da rede britânica BBC.
"Pensamos que uma situação bastante difícil nos espera num futuro próximo. Mas devemos compreender que não será catastrófica", disse Kyrylo Budanov.
O Exército ucraniano atravessa um período delicado, enfrentando uma escassez de novos recrutas e munições devido a atrasos significativos nas entregas de ajuda ocidental, particularmente a norte-americana, cujo pacote de apoio financeiro apenas agora foi aprovado na Câmara de Representantes do Congresso.
Do lado oposto, as tropas russas, muito mais numerosas e mais bem armadas, continuam a avançar para leste e reivindicam a captura de pequenas aldeias na região de Donbass.
Em fevereiro, Moscovo capturou Avdiivka, uma cidade-fortaleza, e tem agora como alvo a cidade estratégica de Chassiv Yar.
Hoje, o Ministério da Defesa russo afirmou ter conquistado Novomykhailivka, a cerca de 30 quilómetros de Donetsk.
Kiev teme agora uma ofensiva russa de verão ainda mais poderosa.
No final de março, o comandante das forças terrestres ucranianas, Oleksandr Pavlyuk, admitiu esse cenário, que poderá envolver um grupo de 100 mil soldados russos.
O comandante-chefe das Forças Armadas ucranianas, Oleksandr Syrsky, já admitia em meados de abril que a situação na frente oriental se tinha "deteriorado significativamente", reportando uma "intensificação significativa" da ofensiva russa desde março.
A contraofensiva ucraniana do verão de 2023 esbarrou nas poderosas linhas de defesa russas que esgotaram os recursos do Exército ucraniano, sem permitir a libertação das regiões ocupadas pela Rússia.
Kiev espera agora que a ajuda dos EUA -- que aguarda aprovação no Senado e a assinatura do presidente Joe Biden - possa chegar à frente muito rapidamente.
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