Há um novo vírus a preocupar as autoridades sanitárias e já fez pelo menos cinco mortos, em França. As vítimas são bebés.
O vírus em causa é o parvovirus B19, doença que segundo as autoridades francesas há muito que não se registava com tanta intensidade e que, atualmente, está longe de ter atingido o seu pico.
O parvovírus B19 é um vírus da família parvoviridae, frequentemente transmitido por via respiratória. Geralmente causa formas assintomáticas da doença, mas também pode levar ao eritema infecioso, muitas vezes referido como a "quinta doença" porque é a quinta infeção viral - a par do sarampo, a rubéola, a varicela e a roséola - a causar uma erupção cutânea nas crianças.
São possíveis formas graves em pessoas imunocomprometidas e em pessoas com anemia crónica, mas também em mulheres grávidas, uma vez que este vírus pode causar abortos espontâneos e um risco de edema feto-placentário grave, lê-se no Le Parisien.
No verão passado, as autoridades sanitárias deste país tinham sido alertadas para "um número invulgar de hospitalizações pediátricas graves" no Hospital Necker, em Paris.
E entretanto, nos primeiros três meses deste ano, registaram-se já as mortes de cinco bebés com menos de um ano de idade, quatro dos quais morreram "nos primeiros dias de vida" em consequência de uma infeção na mãe.
Estes números, "são invulgarmente elevados" e é algo a que as autoridades francesas devem estar atentas, alertam as autoridades sanitárias do país.
Segundo o Le Parisien, nos cinco anos antes da Covid-19 registavam-se apenas duas mortes por ano devido a este vírus, motivo pelo qual cinco mortos em apenas três meses se revele preocupante.
Segundo o especialista de clínica geral Michaël Rochoy, não existem sintomas específicos que possam ser utilizados para suspeitar diretamente de uma infeção por parvovírus B19, especialmente em crianças.
"O diagnóstico sem teste é complicado, porque se trata de uma erupção cutânea viral com algumas características semiológicas típicas... que nem sempre se encontram", esclarece. Recomenda contudo que em casos de suspeitas de sarampo, em que o teste para esta doença seja negativo, se deva "consultar um serviço especializado em caso de diminuição dos movimentos ativos" do feto.
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