Blinken aterra em Xangai para segunda visita à China em menos de um ano

O Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, aterrou hoje em Xangai para a sua segunda visita à China em menos de um ano, numa altura em que os laços bilaterais se encontram num ponto crítico.

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Lusa
24/04/2024 10:43 ‧ 24/04/2024 por Lusa

Mundo

EUA

Blinken, que quer aumentar a pressão sobre Pequim em vários pontos, incluindo no apoio à Rússia, enquanto procura maior estabilidade nas relações bilaterais, deve encontrar-se com líderes empresariais em Xangai, o centro económico da China.

A deslocação surge pouco depois de uma conversa por telefone entre o Presidente dos EUA, Joe Biden, e o líder chinês, Xi Jinping, e de uma visita semelhante à China da Secretária do Tesouro norte-americano, Janet Yellen.

A viagem ocorre também após uma sequência de vitórias políticas em áreas de contenção entre Washington e Pequim, incluindo a aprovação pelo Senado de um pacote de ajuda externa que vai fornecer milhares de milhões de dólares em assistência à Ucrânia, Israel e Taiwan, bem como forçar a empresa-mãe do TikTok, sediada na China, a vender a plataforma de vídeos curtos.

Ainda assim, o facto de Blinken fazer a viagem é visto por analistas como um sinal de que as duas partes estão dispostas a discutir as suas diferenças.

O projeto de lei reserva 8 mil milhões de dólares em apoio militar a Taiwan e outras medidas para travar a influência da China no Indo-Pacífico e dá à empresa chinesa ByteDance nove meses para vender o TikTok, com possível prorrogação de três meses se a venda estiver em curso.

A China tem-se insurgido contra a assistência dos EUA a Taiwan, que considera uma província sua, e condenou imediatamente a medida como uma provocação perigosa.

Pequim também se opõe fortemente aos esforços para forçar a venda do TikTok.

O projeto de lei também atribui 26 mil milhões de dólares em assistência em tempo de guerra a Israel e ajuda humanitária aos palestinianos em Gaza, e 61 mil milhões de dólares à Ucrânia, para se defender da invasão russa.

Washington está cada vez mais preocupado com a crescente agressividade de Pequim nos últimos anos em relação a Taiwan e aos países do sudeste asiático.

Um alto funcionário do Departamento de Estado disse na semana passada que Blinken vai "sublinhar, tanto em privado como em público, o interesse permanente dos Estados Unidos em manter a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan".

"Pensamos que isso é de importância vital para a região e para o mundo", vincou.

A administração Biden tem também acusado, nos últimos meses, a China de apoiar a base industrial de Defesa da Rússia. As autoridades norte-americanas dizem que o apoio chinês permite que Moscovo ultrapasse as sanções ocidentais impostas após a invasão da Ucrânia e reabasteça as suas Forças Armadas. As autoridades norte-americanas dizem que este será um dos principais tópicos abordados durante a visita de Blinken.

Embora os EUA afirmem não ter provas de que a China esteja realmente a armar a Rússia, os funcionários dizem que outras atividades são igualmente problemáticas.

"Se a China pretende, por um lado, manter boas relações com a Europa e outros países, não pode, por outro lado, estar a alimentar aquela que é a maior ameaça à segurança europeia desde o fim da Guerra Fria", afirmou Blinken na semana passada.

Os responsáveis norte-americanos têm também apelado repetidamente à China para que utilize qualquer influência que possa ter junto do Irão para evitar que a guerra de Israel contra o Hamas em Gaza se transforme num conflito regional mais vasto.

Leia Também: Blinken visita China para abordar fricções nos laços

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