Moscovo e Kyiv acordam trocar 48 crianças deslocadas pela guerra

As autoridades da Rússia e Ucrânia chegaram hoje a acordo para troca de 48 crianças deslocadas pela guerra, anunciou a comissária russa para a Infância, Maria Lvova-Belova, após a primeira reunião bilateral sobre o assunto, no Qatar.

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© Mykola Tys/Global Images Ukraine via Getty Images

Lusa
24/04/2024 15:57 ‧ 24/04/2024 por Lusa

Mundo

Ucrânia

"Vinte e nove crianças regressarão à Ucrânia e 19 à Rússia, em consequência" do acordo, declarou Lvova-Belova à imprensa.

Tal como o Presidente russo, Vladimir Putin, pende sob a comissária um mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) desde a primavera de 2023.

O TPI considerou, tal como a Ucrânia, que milhares de crianças não foram deslocadas pelos combates, mas sim deportadas conscientemente pela Rússia, afirmações que Moscovo rejeita.

No sábado, a Procuradoria-Geral da Ucrânia informou que desde o início da invasão morreram 545 crianças, enquanto 1.289 ficaram feridas em graus variados de gravidade.

Além das vítimas da ofensiva militar russa, crianças ucranianas nas regiões ocupadas têm sido deportadas à força para a Rússia, onde são expostas a campanhas de propaganda pró-Moscovo, adoções e até treino militar.

Nos últimos meses, a Ucrânia tem sofrido intensas campanhas de bombardeamentos das forças de Moscovo contra as suas principais cidades e infraestruturas energéticas, provocando vítimas civis.

Ao mesmo tempo, a Ucrânia tem realizado uma série de ataques em profundidade em território russo, contra alvos militares mas também outros como refinarias, e que também têm causado mortes de civis.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

Leia Também: Kyiv assegura que irá receber sistemas 'Patriot' "venham de onde vierem"

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