"Temos cerca de 300.000 estudantes chineses nos EUA e apoiamos essa iniciativa. No ano passado, penso que havia mais de 100.000 novos estudantes com visto nos EUA. Aqui, infelizmente, passámos de cerca de 15.000 estudantes norte-americanos - há cerca de uma década - para cerca de 800, atualmente. Na verdade, estamos a descer para um mínimo de cerca de 300, devido à covid-19 e a outras razões", disse.
Os EUA querem "reconstruir essas ligações" e ter "o ambiente mais acolhedor possível" para que os nossos estudantes se sintam bem-vindos aqui, tal como nós queremos garantir que os estudantes chineses são bem-vindos nos Estados Unidos", disse Blinken.
Em fevereiro, a China denunciou "interrogatórios injustificados" e o "assédio" a que alguns cidadãos chineses foram sujeitos quando entraram nos Estados Unidos para estudar.
Pequim emitiu um conjunto de orientações para os estudantes que considera estarem a ser assediados à chegada aos EUA, instando-os a manterem-se "vigilantes" e a evitarem "ser enganados para participarem em atividades de espionagem" contra o país asiático.
Blinken defendeu que os intercâmbios estudantis "são uma forma muito importante" de garantir que se evitam "mal-entendidos e perceções erradas" ou se para encontrar "formas de melhorar" quando se tem "diferenças profundas".
"O Presidente Joe Biden e o Presidente Xi Jinping estão determinados a reforçar os laços interpessoais, incluindo os intercâmbios educativos. Uma coisa que quero garantir é que, nos nossos dois países, há novas gerações que se conhecem e, esperamos, se compreendem", vincou.
"Essa seria a melhor forma de garantir que estamos a gerir a nossa relação de forma responsável", acrescentou.
Blinken terminará a sua visita oficial à China na sexta-feira, em Pequim, onde se encontrará com o seu homólogo chinês, Wang Yi, para conversações sobre a escalada de tensões no Médio Oriente e a guerra da Rússia contra a Ucrânia.
A viagem acontece depois de o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e o seu homólogo chinês, Dong Jun, terem mantido conversações pela primeira vez desde novembro de 2022, no meio de tensões crescentes no Mar do Sul da China, especialmente entre a China e as Filipinas.
Ocorre também após uma sequência de vitórias políticas para o chefe da diplomacia norte-americana em áreas de contenção entre Washington e Pequim, incluindo a aprovação pelo Senado de um pacote de ajuda externa que vai fornecer milhares de milhões de dólares em assistência à Ucrânia, Israel e Taiwan, bem como forçar a empresa-mãe do TikTok, sediada na China, a vender a plataforma de vídeos curtos.
Ainda assim, o facto de Blinken fazer a viagem é visto por analistas como um sinal de que as duas partes estão dispostas a discutir as suas diferenças.
O projeto de lei reserva oito mil milhões de dólares em apoio militar a Taiwan e outras medidas para travar a influência da China no Indo-Pacífico e dá à empresa chinesa ByteDance nove meses para vender o TikTok, com possível prorrogação de três meses se a venda estiver em curso.
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