"A ameaça contra os soldados das FDI [Forças de Defesa de Israel] e as figuras públicas de Israel, a única democracia do Médio Oriente e o único Estado judeu do mundo, é escandalosa", protestou Netanyahu numa mensagem publicada na sua conta do Telegram.
"Não desistiremos. Israel continuará até à vitória na nossa guerra justa contra os abomináveis terroristas que procuram destruir-nos. Nunca deixaremos de nos defender", sublinhou o primeiro-ministro israelita.
Netanyahu observou que, embora nenhuma das decisões do TPI afete as ações de Israel, "elas vão criar um precedente perigoso que ameaça os soldados e as figuras públicas de todas as democracias que lutam contra o terrorismo criminoso e a agressão perigosa".
Na semana passada, meios de comunicação social israelitas noticiaram que o gabinete de Netanyahu teria realizado uma reunião de emergência devido à possibilidade de o TPI lançar uma investigação e emitir mandados de captura para militares e ministros israelitas por alegadas violações do Direito internacional na guerra em curso há quase sete meses em Gaza.
Por outro lado, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) anunciou hoje que se vai pronunciar na terça-feira sobre um recurso da Nicarágua, que acusa a Alemanha de violar a Convenção sobre o Genocídio de 1948 ao fornecer armas a Israel para a guerra em Gaza.
Neste processo, a Nicarágua criticou a Alemanha pelo seu apoio a Israel, considerando "patético" dar armas ao governo israelita e, ao mesmo tempo, fornecer ajuda a Gaza, uma apresentação que Berlim considerou "grosseiramente tendenciosa".
A Alemanha respondeu que a segurança de Israel está "no centro" da sua política externa.
"Se analisarmos bem, as acusações da Nicarágua caem por terra", disse o representante da Alemanha, Christian Tams, aos juízes.
A Nicarágua solicitou cinco medidas provisórias, nomeadamente que a Alemanha "suspenda imediatamente a sua ajuda a Israel, em particular a sua assistência militar, incluindo equipamento militar".
A guerra em Gaza foi desencadeada a 07 de outubro por um ataque sem precedentes do movimento islamita Hamas contra Israel, que causou a morte de 1.170 pessoas, na sua maioria civis, segundo um relatório da agência France-Presse (AFP) baseado em dados oficiais israelitas.
Em represália, Israel prometeu destruir o Hamas, no poder em Gaza desde 2007 e que considera uma organização terrorista, tal como os Estados Unidos e a União Europeia. O seu exército lançou uma ofensiva que já provocou mais de 34.300 mortos, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do movimento islamita.
Leia Também: Protesto de estudantes pró-Palestina paralisa universidade em Paris