As autoridades referem que um polícia foi morto e que outros nove estão em estado crítico, sem adiantar mais pormenores sobre as circunstâncias.
Desde domingo, "mais de 20 mil membros das forças de segurança foram destacados para Islamabad e arredores", anunciou à AFP o porta-voz da polícia da capital paquistanesa, Mohammed Taqi.
"Aqueles que vierem aqui serão presos", disse o ministro da Administração Interna, Mohsin Naqvi, durante uma visita ao D-Chowk, ponto de encontro onde os apoiantes da antiga estrela do críquete dizem esperar chegar de manhã.
Perante o risco de violência, a diplomacia norte-americana exortou, a partir de Washington, "os manifestantes a manifestarem-se pacificamente", e ao mesmo tempo "pediu às autoridades paquistanesas que respeitem os direitos humanos e as liberdades fundamentais".
Foram precisas mais de 48 horas para chegar às portas de Islamabad, a capital administrativa do quinto país mais populoso do mundo, onde se situam todas as instituições políticas, bem como a prisão onde Imran Khan, de 72 anos, está encarcerado.
A marcha é liderada pela mulher de Khan, Bushra Bibi, e pelo principal dirigente do Estado de Khybert Pakhtunkhwa e uma das principais figuras do partido do antigo primeiro-ministro, Ali Amin Gandapur.
O partido Paquistan Tehreek-e-Insaf (PTI, Movimento Paquistanês pela Justiça), do primeiro-ministro deposto Khan, convocou a marcha nacional, apelidada de "última oportunidade", para exigir a libertação dos opositores presos, especialmente do líder da oposição.
O PTI exige também a devolução do que chama o seu mandato roubado nas eleições de 08 de fevereiro, alegando restrições e vetos que o impediram de formar um governo, apesar da vitória nas urnas.
O Tribunal Superior de Islamabad proibiu, na quinta-feira, o PTI de realizar a marcha, invocando medidas de segurança devido à visita de hoje do Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.
A Comissão dos Direitos Humanos do Paquistão (HRCP), a principal organização não-governamental (ONG) que defende as liberdades no país, considera que "o bloqueio do acesso à capital, através do encerramento das principais estradas do Punjab e de Khyber-Pakhtunkhwa, penaliza os cidadãos comuns e, em particular, aqueles cujo rendimento depende da liberdade de circulação".
Imran Khan, que esteve no poder entre 2018 e 2022, está a ser processado em vários tribunais, principalmente por casos de corrupção ou manifestações violentas por parte dos seus apoiantes.
Em julho, um painel de peritos da ONU descreveu a sua detenção como "arbitrária", apelando à sua libertação imediata.
Os seus apoiantes mobilizaram-se maciçamente durante a sua detenção, há mais de um ano, e continuam a manifestar-se regularmente.
Recentemente, dez deputados do seu partido foram detidos e apresentados a um juiz antiterrorista, poucos dias após a aprovação de uma lei que regula as manifestações em Islamabad.
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