O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, sugeriu, este sábado, que a Rússia atacou o setor energético do seu país e teve como alvo instalações de gás importantes para o abastecimento à União Europeia.
"O principal alvo era o setor da energia - várias instalações da indústria, tanto instalações de trânsito de eletricidade como de gás - em particular, aquelas instalações de gás que são cruciais para garantir a entrega segura à União Europeia", afirmou Zelensky, no seu discurso noturno em vídeo, citado pela Reuters.
Zelensky, que tem apelado ao fornecimento de sistemas de armas defensivas por parte dos seus parceiros internacionais, destacou ainda que as forças ucranianas "conseguiram abater alguns" dos 34 mísseis russos de vários tipos.
O presidente ucraniano não revelou de que instalações específicas estava a falar, nem se os mísseis russos atingiram esses alvos. No entanto, a empresa estatal ucraniana de petróleo e gás Naftogaz afirmou que a Rússia atacou as suas instalações, mas que ninguém ficou ferido e que o fornecimento aos consumidores e clientes ucranianos não foi afetado.
Maksym Kozytskyi, governador da região de Lviv, que faz fronteira com a Polónia, também deu conta que a sua região sofreu ataques de mísseis de cruzeiro e mísseis hipersónicos Kinzhal, embora as forças ucranianas tenham abatido três mísseis.
Segundo o governador, dois objetos críticos de uma infraestrutura energética nos distritos de Stryi e Chervonohrad ficaram danificados e pegaram fogo, que foi rapidamente extinto.
De recordar que a Rússia continua a fornecer gás à UE através da Ucrânia ao abrigo de um acordo de trânsito com a russa Gazprom, que expirará em dezembro. O ministro da Energia da Ucrânia afirmou, no mês passado, que Kyiv não tinha planos de prolongar ou substituir o acordo com Moscovo, que paga à Ucrânia para exportar o seu gás para a UE.
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