Numa reunião do Fórum Económico Mundial, o ministro da Energia saudita, Salman bin Abdelaziz, e o ministro da Energia dos Emirados Árabes Unidos, Suhail al Mazrouei, concordaram que Riade e Abu Dhabi, grandes exportadores de energia fóssil, vão prosseguir os seus planos para produzir grandes quantidades de energia limpa.
"Há falta de incentivos", afirmou o ministro saudita, defendendo os "esforços" do seu país na transição para as energias limpas.
Para além da falta das "tecnologias necessárias" para acelerar o processo de produção, Bin Abdelaziz sublinhou também a escassez da procura de produtos de energia limpa, nomeadamente de hidrogénio verde, devido aos preços elevados em relação à energia fóssil, bem como os "desafios" do transporte destes produtos.
"O hidrogénio verde, sem incentivos, será difícil", insistiu, mas disse que Riade, o maior exportador de petróleo bruto do mundo, vai avançar com os seus planos de produção de energias renováveis e limpas.
E prosseguiu: "na Arábia Saudita, estamos a fazer tudo o que podemos para abastecer o mundo com todos os tipos de energia".
Al Mazrouei mostrou estar alinhado com o pensamento do colega saudita, destacando que a "posição dos Emirados Árabes Unidos não é muito diferente da do reino" da Arábia Saudita.
"A procura só vem da Europa, não há procura nos nossos países (...) o preço é responsável por isso", disse Al Mazrouei, referindo-se ao elevado preço da produção e venda do hidrogénio em comparação com a energia fóssil.
O governante criticou implicitamente as propostas de "alguns" no sentido de impor impostos sobre a venda de energia fóssil para incentivar a produção e venda de energia renovável.
"É possível castigar os consumidores aumentando os preços de outras energias a favor das energias limpas?", defendeu, sublinhando a importância de "utilizar a tecnologia para reduzir os preços de forma a que sejam aceitáveis e acessíveis a todos".
O ministro dos Emirados reiterou que o seu país "continuará com as suas estratégias" a favor da promoção da produção de energias limpas e renováveis.
"O nosso território é rico em energia, seja ela tradicional ou verde (...) continuaremos a trabalhar e seremos sempre um fornecedor fiável para o mundo", disse.
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