"Manobras perigosas, disparos de água, colocação de barreiras flutuantes ou qualquer comportamento agressivo constituem uma ameaça à segurança marítima, à liberdade de navegação e à proibição do uso da força ou da coerção", afirmou Luc Veron, embaixador europeu nas Filipinas.
O embaixador europeu nas Filipinas sublinhou que as ações da China "são contrárias ao direito internacional".
As Filipinas alertam para as "manobras perigosas" da China na zona, onde Pequim utilizou canhões de água e outras "ações agressivas" contra navios de Manila.
O porta-voz dos Negócios Estrangeiros da UE, Peter Stano, afirmou que o comportamento da China na zona é "cada vez mais agressivo" e que os incidentes têm vindo a aumentar recentemente.
"A UE insta todas as partes a absterem-se da ameaça ou do uso da força e de quaisquer atos de provocação, a darem provas de contenção e a resolverem os diferendos por meios pacíficos", disse Stano à agência Europa Press.
Esta mensagem surge depois de as autoridades filipinas terem convocado o "número dois" da embaixada chinesa para protestar formalmente contra o "assédio" e o "bloqueio" dos seus navios.
As Filipinas anunciaram hoje que convocaram um representante da embaixada chinesa em Manila após um incidente entre navios dos dois países em águas disputadas no mar do Sul da China.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros filipino disse que convocou Zhou Zhiyong, o número dois da embaixada chinesa em Manila, por causa de um incidente que causou danos a um navio da guarda costeira filipina e outro da agência de pescas na terça-feira.
"As ações agressivas da China, especialmente o uso de canhões de água, causaram danos aos navios. As Filipinas exigiram que os navios chineses deixassem imediatamente o atol de Masinloc e os seus arredores", disse o ministério, num comunicado.
Na terça-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês acusou navios filipinos de "violarem a soberania chinesa" após entrarem em águas disputadas adjacentes ao atol de Scarborough (conhecido nas Filipinas como Masinloc).
Em março, Pequim alegou que 34 cidadãos filipinos "desembarcaram ilegalmente" em Sandy Cay (conhecida na China como Tiexian), outra ilha no mar do Sul da China cuja soberania é disputada pela China e pelas Filipinas, entre outros países.
Estas águas, fundamentais para o comércio marítimo mundial e ricas em recursos naturais, foram palco de vários confrontos entre navios chineses e filipinos nos últimos meses.
As autoridades chinesas reivindicam quase todo o mar do Sul da China, incluindo os arquipélagos de Paracel e Spratly, uma reivindicação que se sobrepõe às zonas económicas exclusivas de 200 milhas de países como as Filipinas, o Vietname e a Malásia, ao abrigo do direito internacional.
O Presidente filipino, Ferdinand Marcos Jr., reforçou os laços de defesa com os Estados Unidos e criticou Pequim pelas reivindicações de soberania no mar do Sul da China.
Pequim alega razões históricas, mas em 2016 o Tribunal Permanente de Arbitragem confirmou a reivindicação de Manila contra as pretensões das autoridades chinesas, uma decisão que a potência asiática se recusou a cumprir.
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