Estados Unidos condenam ciberataques na Europa atribuídos à Rússia

A diplomacia norte-americana condenou hoje a recente campanha de ciberataques na Europa e atribuiu a sua origem à Rússia, tal como já tinham feito os governos alemão e checo.

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Lusa
03/05/2024 17:19 ‧ 03/05/2024 por Lusa

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"Os Estados Unidos condenam veementemente a atividade cibernética maliciosa, realizada pelos serviços de informações militares da Rússia, contra a Alemanha, a República Checa, a Lituânia, a Polónia, a Eslováquia e a Suécia", afirmou em comunicado o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.

O ataque foi realizado, segundo o Departamento de Estado, pelo grupo conhecido como APT28, "um conhecido agente perigoso com uma longa história de práticas maliciosas, prejudiciais, desestabilizadoras e perturbadoras".

O Departamento de Estado recorda, em particular, ter aplicado sanções devido às atividades do grupo durante as eleições presidenciais norte-americanas de 2016 ou tendo como alvo a Agência Mundial Antidoping (WADA).

No caso dos ataques cibernéticos na Europa, as autoridades de Washington cooperaram com a Alemanha para bloquear os 'routers' utilizados pelos atacantes, indica ainda o comunicado de imprensa.

Os governos alemão e checo acusaram hoje este grupo de 'hackers' russos controlado por Moscovo de uma recente campanha de ataques cibernéticos nos seus países, um "comportamento malicioso" ao qual a União Europeia prometeu uma resposta firme.

A Rússia considerou por sua vez infundadas as acusações do Governo alemão de que o grupo de piratas informáticos russos, controlado por Moscovo, teria levado a cabo uma recente campanha de ciberataques na Alemanha.

"[A Rússia] rejeita as acusações de envolvimento de estruturas estatais russas no caso em questão, e as atividades do grupo APT 28 em geral como sendo não provadas e infundadas", publicou o encarregado de negócios da embaixada russa em Berlim na rede social Telegram.

O Governo alemão convocou hoje o encarregado de negócios da embaixada da Rússia em Berlim depois de ter acusado os serviços secretos russos de um ataque informático.

"É um sinal diplomático claro convocar o encarregado de negócios para deixar claro ao Governo russo que não aceitamos estas ações", disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, citado pela agência francesa AFP.

O alegado ataque ocorreu em 2023, e visou membros do Partido Social-Democrata (SPD), do chanceler Olaf Scholz, o principal partido da coligação governamental, segundo as autoridades alemãs.

Também a República Checa acusou hoje Moscovo de visar frequentemente Praga com ataques informáticos orquestrados por um grupo com ligações aos serviços secretos militares russos.

"Certas instituições checas foram alvo de ciberataques que exploraram uma vulnerabilidade desconhecida do Microsoft Outlook a partir de 2023", declarou o ministério em comunicado.

O grupo APT28, também conhecido como Fancy Bear, é acusado de ser responsável por dezenas de ciberataques em todo o mundo.

Em fevereiro, o Ministério do Interior alemão anunciou que as forças de segurança realizaram uma operação contra o APT28, numa iniciativa liderada pela agência de segurança dos Estados Unidos, o FBI.

O grupo de piratas informáticos terá instalado 'malware' ('software' destrutivo) em centenas de postos de acesso à Internet ('routers') em escritórios e residências particulares, criando uma rede que terá sido usada como plataforma global de ciberespionagem.

De acordo com o FBI, os alvos das atividades de espionagem eram governos, militares, agências de segurança e empresas dos Estados Unidos e de outros países.

O APT28 está ativo a nível global desde pelo menos 2004 e o Ministério do Interior alemão considera-o um dos grupos criminosos informáticos mais perigosos do mundo.

Leia Também: Moscovo nega acusações de ataques informáticos russos na Alemanha

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