Segundo o portal egípcio Al-Qahera News, "foram registados progressos significativos nas negociações" entre o Hamas e Israel, citando uma "fonte de alto nível" dos serviços secretos do Egito, que estão a mediar o processo.
Os mediadores egípcios "chegaram a uma fórmula consensual sobre a maior parte dos pontos de desacordo", acrescentou a mesma fonte.
O Hamas tem acusado o primeiro-ministro israelita de tentar impedir um acordo.
"Vamos ao Cairo com espírito positivo para chegar a um acordo", frisou o Hamas, em comunicado, garantindo determinação, juntamente com outros grupos palestinianos, em obter "um cessar total da agressão israelita", a "retirada das forças de ocupação israelitas" e "um acordo sério para a troca" de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos.
Os mediadores - Egito, Qatar e Estados Unidos - aguardam no Cairo a resposta do Hamas a uma proposta de trégua apresentada no final de abril, que inclui uma pausa na ofensiva israelita e a libertação de palestinianos detidos em troca da libertação de reféns sequestrados durante o ataque sem precedentes do movimento palestiniano em 07 de outubro no sul de Israel, que desencadeou a guerra.
O Hamas já havia acusado Benjamin Netanyahu de tentar obstruir os esforços para uma trégua na devastadora guerra em Gaza, alimentando dúvidas sobre um rápido acordo de cessar-fogo.
No sétimo mês de guerra, continuam os bombardeamentos diários israelitas na Faixa de Gaza, ameaçada pela fome.
Os ataques, que causaram 26 mortos nas últimas 48 horas, de acordo com o Ministério da Saúde, controlado pelo Hamas, visaram principalmente Rafah, uma cidade no sul do território palestiniano sitiado onde Netanyahu quer lançar uma ofensiva terrestre para aniquilar as últimas brigadas do movimento islamita.
Para Hossam Badran, membro do gabinete político do Hamas, as declarações de Netanyahu sobre um ataque em Rafah "visam claramente inviabilizar qualquer possibilidade de acordo".
O Hamas, que assumiu o poder em Gaza em 2007, mantém as suas exigências antes de qualquer acordo, um cessar-fogo definitivo e uma retirada total das forças israelitas de Gaza. Israel recusa esta proposta.
As mais recentes declarações colocam em dúvida a rápida conclusão de um acordo com vista a um cessar-fogo, apesar dos esforços da comunidade internacional, especialmente dos Estados Unidos, principal aliado de Israel.
A ONU e muitos países dizem temer pela população civil no caso de um ataque israelita e o líder da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou que "uma operação militar em grande escala em Rafah poderia levar a um banho de sangue".
A ajuda internacional, estritamente controlada por Israel, chega aos poucos, principalmente do Egito através de Rafah, mas continua a ser muito insuficiente dadas as imensas necessidades de cerca de 2,4 milhões de habitantes de Gaza.
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