"A Índia não é xenófoba", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros indiano, S. Jaishankar, em declarações aos jornalistas na sexta-feira, segundo comentários divulgados hoje pela imprensa.
"Diria mesmo que de facto, na história do mundo, é uma sociedade que sempre foi muito aberta... Diferentes pessoas, de diferentes sociedades, vêm para a Índia", acrescentou, segundo o jornal Economic Times.
O Presidente norte-americano considerou, na quarta-feira, que o Japão e a Índia são países xenófobos que não acolhem imigrantes, agrupando-os com China e Rússia quando tentava explicar as suas circunstâncias económicas, em contraste com as políticas de Washington.
A Índia é um dos países com economia que mais cresce no mundo, 8,4% no último trimestre de 2023, segundo estatísticas oficiais.
O governo nacionalista hindu do primeiro-ministro Narendra Modi foi acusado de discriminação contra os muçulmanos, especialmente devido à nova lei de cidadania que, segundo os críticos, poderá permitir que algumas pessoas sejam privados da sua cidadania.
"Há pessoas que dizem que um milhão de muçulmanos irão perder a sua cidadania neste país. E porque é que ninguém os responsabiliza? Porque ninguém perdeu a sua cidadania", denunciou Jaishankar.
O Japão considerou hoje a acusação de Joe Biden de xenofobia "lamentável" e errónea.
Desde que assumiu o cargo em 2021, Biden tem procurado fortalecer os laços dos EUA com os seus aliados na Ásia, especialmente a Índia e o Japão, tendo recebido em Washington para jantares de Estado - um raro sinal de favor diplomático - o primeiro-ministro indiano Narendra Modi e o japonês Fumio Kishida.
A Casa Branca procurou rapidamente atenuar esta crítica inesperada aos aliados, explicando que "o ponto de vista que o presidente defendia" era sobretudo "que os Estados Unidos são um país de imigrantes".
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