Netanyahu responde a Biden: "Ninguém impedirá que Israel se defenda"

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, publicou nas redes sociais um vídeo seu desta semana que parece uma resposta velada ao presidente norte-americano, Joe Biden, em que sublinha que, se for preciso, Israel enfrentará sozinho o movimento islamita palestiniano Hamas.

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© RONEN ZVULUN/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
09/05/2024 16:56 ‧ 09/05/2024 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

O discurso de há alguns dias de Netanyahu foi hoje divulgado nas redes sociais, depois de a Casa Branca ter anunciado que existem alguns obstáculos para os Estados Unidos continuarem a fornecer armamento a Israel após a invasão da cidade de Rafah, situada no extremo sul da Faixa de Gaza, onde estão concentradas cerca de 1,2 milhões de pessoas (metade da população daquele território palestiniano), deslocadas devido à ofensiva militar israelita contra o Hamas.

"Digo aos líderes do mundo que nenhuma pressão, nenhuma decisão em qualquer fórum internacional impedirá Israel de se defender (...). Se Israel se vir obrigado a permanecer sozinho, Israel continuará sozinho", declarou Netanyahu no discurso proferido no Dia do Holocausto, numa cerimónia em Jerusalém.

"Inúmeras pessoas decentes em todo o mundo apoiam a nossa justa causa (...). Derrotaremos os nossos inimigos genocidas", afirmou o primeiro-ministro israelita.

Na sequência do anúncio da Casa Branca, alguns responsáveis israelitas, como o representante junto das Nações Unidas, Gilad Erdan, manifestaram o seu desapontamento pelo facto de tal "dar esperança" aos "inimigos de Israel".

Por sua vez, o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, endureceu o tom e chegou mesmo a relacionar Biden com o Hamas, o que lhe valeu uma repreensão do Presidente israelita, Isaac Herzog.

Está previsto que o Governo israelita se reúna hoje para debater este alegado revés infligido pelo Governo de Biden, que ainda há alguns dias afirmou que os Estados Unidos estariam sempre ao lado de Israel, apesar das divergências.

Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas depois de este, horas antes, ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, fazendo 1.163 mortos, na maioria civis.

Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Hamas fez também 250 reféns, 128 dos quais permanecem em cativeiro e pelo menos 35 morreram entretanto, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.

A guerra, que hoje entrou no 216.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza quase 35.000 mortos, pelo menos 78.404 feridos e milhares de desaparecidos presumivelmente soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com números atualizados das autoridades locais.

O conflito causou também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

Leia Também: Netanyahu responde aos EUA que lutará sozinho contra o Hamas

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