Em Boston, a cidade dos Estados Unidos mais identificada com o ensino superior, os estudantes montaram acampamentos em pelo menos cinco 'campi', incluindo o MIT, a Universidade Northeastern e a Universidade de Harvard.
No MIT, como noutras instituições de ensino superior, os estudantes exigem que se rescindam todos os contratos de investigação com o Ministério da Defesa de Israel, que estimam totalizarem 11 milhões de dólares (10,2 milhões de euros) desde 2015.
Segundo a agência Associated Press (AP), O instituto emitiu um alerta pouco antes das 14:00 locais de hoje (19:00 em Lisboa), indicando que os manifestantes estavam a bloquear a entrada de um estacionamento do 'campus' e a espalharem-se por uma rua próxima.
Cerca de duas horas depois, as autoridades separaram os manifestantes e empurraram-nos para fora do estacionamento.
Pelo menos três pessoas foram detidas e as restantes afastaram-se e continuaram a gritar "Palestina livre".
Depois disso, a multidão dispersou-se e o estacionamento foi reaberto por volta das 17:00, informou o instituto.
Hannah Didehbani, estudante do MIT e uma das líderes do protesto, disse, citada pela AP, que a decisão de bloquear a entrada do estacionamento fazia parte de um esforço maior para chamar a atenção para o que descreveu como a cumplicidade do instituto com os militares israelitas.
A aluna afirmou que recebeu uma suspensão e um aviso de expulsão da escola, mas defendeu que o MIT não pode suspender um movimento estudantil mais amplo.
"Eles preferem fazer essas coisas do que cortar laços com um Estado que está atualmente a decretar um genocídio", acusou, em alusão à ofensiva israelita na Faixa de Gaza, que, segundo as autoridades locais, já matou quase 35 mil pessoas, na maioria civis, nos últimos sete meses.
As tensões relacionadas com os protestos contra a guerra, desencadeada por um ataque do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita em 07 de outubro, que matou mais de 1.100 pessoas, aumentaram nas últimas semanas em universidades em todo o país e propagaram-se também em vários países europeus, incluindo Portugal.
Em algumas instituições, os protestos foram imediatamente reprimidos com recurso à força policial, enquanto noutras foram tolerados.
O movimento de protesto começou há quase três semanas na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, e desde então, segundo a AP, mais de 2.500 pessoas foram presas.
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