"O destino do mundo depende do rumo que os Estados Unidos tomarem"

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, apelou hoje aos Estados Unidos para que evitem qualquer influência dos ativistas pró-palestinianos nas universidades norte-americanas, que há várias semanas pedem um cessar-fogo em Gaza, na política externa de Washington.

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Lusa
13/05/2024 17:00 ‧ 13/05/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Para onde vão os Estados Unidos? Irão sucumbir a esta loucura, a estas multidões nessas universidades, a este antissemitismo flagrante que está a varrer o mundo?", perguntou Netanyahu durante uma entrevista ao colunista norte-americano Dan Senor, que está a ter repercussão nos 'media' israelitas.

"O destino do mundo depende do rumo que os Estados Unidos tomarem. Penso que, para o bem da humanidade, para o bem do nosso futuro comum, dos nossos valores comuns, da nossa civilização, é muito importante que os Estados Unidos mantenham a sua posição dominante como potência global suprema", argumentou o chefe de Governo israelita.

Netanyahu defendeu que a posição dos Estados Unidos da América (EUA) como potência hegemónica também está a ser questionada como forma, segundo o político, de atacar Israel, tentando estabelecer um paralelo entre a situação no Médio Oriente e as críticas que Washington está a receber pelo seu papel nesta crise.

"Essas multidões nas universidades norte-americanas queimam a bandeira israelita e a bandeira dos EUA. Eles gritam: 'Morte a Israel, morte aos Estados Unidos'. Portanto, estamos a travar uma batalha comum, uma batalha entre a civilização e a barbárie", disse o primeiro-ministro israelita.

Nesta entrevista, Netanyahu avisou mais uma vez que Israel continuará sozinho no que diz respeito à invasão de Rafah (no sul da Faixa de Gaza) mesmo sem o apoio dos seus aliados tradicionais, especialmente os EUA, que anunciaram uma moratória no fornecimento de armas devido a esta incursão.

"Se tivermos de ficar sozinhos, ficaremos sozinhos", insistiu Netanyahu, que recordou que esta tensão entre os Estados Unidos e Israel não ajuda as negociações para a libertação dos reféns que permanecem nas mãos do Hamas.

O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Desde então, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que provocou mais de 35.000 mortos, segundo o Hamas, que governa o pequeno enclave palestiniano desde 2007.

A retaliação israelita está a provocar uma grave crise humanitária em Gaza, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que já está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

Rafah, na fronteira com o Egito, é o principal ponto de passagem da ajuda humanitária para Gaza e onde se refugiaram mais de um milhão de deslocados palestinianos oriundos de outras zonas do território.

Apesar dos apelos internacionais, Israel mantém a ação militar em Rafah, onde diz que estão as últimas unidades ativas do grupo extremista palestiniano Hamas.

Leia Também: Ocidente "lucra com guerra" e "já não defende direitos humanos"

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