"Lamentamos as observações feitas pelo presidente da Autoridade Palestiniana durante a Cimeira [da Liga] Árabe em Manama", disse em comunicado o grupo palestiniano, que lançou um ataque terrorista em Israel no dia 07 de outubro de 2023, provocando quase 1.200 mortos e cerca de 250 reféns.
Para o Hamas, numa reação às declarações de Abbas, "o inimigo sionista não espera por pretextos para cometer os seus crimes".
A operação lançada em 07 de outubro, segundo o Hamas, "foi o episódio mais importante na luta do povo palestiniano contra a ocupação" dos seus territórios, sublinhando que tem insistido repetidamente na ideia de se alcançar "unidade nacional" entre as diversas fações.
Nesse sentido, afirma que se tem mostrado flexível em todas as fases para fortalecer uma "frente interna" e "unificar as fileiras nacionais face aos perigos que afligem" a causa comum.
"Estes acontecimentos aproximam-nos da liberdade e da autodeterminação", destaca o Hamas, defendendo que os ataques a Israel conseguiram colocar a causa palestiniana acima de outras prioridades.
O presidente da Autoridade Palestiniana afirmou hoje que "a operação militar efetuada unilateralmente pelo Hamas (...) deu a Israel mais pretextos e justificações para atacar a Faixa de Gaza".
Abbas disse que a recusa do Hamas em acabar com a divisão interna "serviu o plano de Israel", antes de 07 de outubro, para "perpetuar a separação da Faixa de Gaza da Cisjordânia e de Jerusalém".
Serviu também para "impedir a criação de um Estado palestiniano e enfraquecer a Autoridade Palestiniana e a Organização de Libertação da Palestina", referiu.
O ataque desencadeou a atual guerra entre Israel e o Hamas, com uma ofensiva militar israelita que matou mais de 35.200 pessoas na Faixa de Gaza, segundo o governo do enclave tutelado pelo grupo extremista.
O Hamas controla a Faixa de Gaza desde 2007, quando expulsou do enclave palestiniano o partido Fatah, de Abbas, após conflitos armados entre as duas partes na sequência da vitória do Hamas nas eleições em 2006.
Numa outra declaração, o Hamas expressou hoje gratidão aos Estados-membros da Liga Árabe pela declaração conjunta em que demonstraram o seu apoio à população palestiniana face aos ataques israelitas e às aspirações de liberdade e independência da população.
Da mesma forma, apelou a todos os "países árabes irmãos" para que tomem "as medidas necessárias" para forçar Israel a "parar a agressão, retirar o seu exército de toda a Faixa de Gaza, incluindo a passagem de Rafah [no sul do enclave], levantar o cerco e permitir o regresso dos deslocados e a reconstrução".
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