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Israel recusa acusação sul-africana de genocídio em Gaza

Israel declarou hoje que o caso de genocídio que enfrenta, em que a África do Sul pede ao mais alto tribunal da ONU que ordene um cessar-fogo em Gaza, está "totalmente desligado" da realidade.

Israel recusa acusação sul-africana de genocídio em Gaza
Notícias ao Minuto

10:25 - 17/05/24 por Lusa

Mundo Médio Oriente

"A África do Sul está a apresentar ao tribunal, pela quarta vez, uma imagem que está completamente desligada dos factos e das circunstâncias", disse o representante israelita, Gilad Noam, perante o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia.

Noam considerou que a guerra em Gaza é trágica, mas recusou que haja genocídio, "um crime cometido com o intuito de destruir, o todo ou uma parte de um grupo nacional, ético, racial ou religioso", segundo a definição da ONU.

Israel tem em curso uma ofensiva na Faixa de Gaza que provocou mais de 35.300 mortos em sete meses, segundo dados atualizados hoje pelo Ministério da Saúde do grupo extremista palestiniano Hamas.

O objetivo de Israel é eliminar os militantes do Hamas, grupo que controla a Faixa de Gaza desde 2007, com as forças israelitas concentradas nas últimas semanas em Rafah, no sul do território.

A guerra foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas no sul de Israel, em 07 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, qualificou na quinta-feira como decisiva a batalha de Rafah, depois de ter anunciado a intensificação das operações militares na cidade, apesar dos receios internacionais quanto à população civil.

Os advogados de Pretória afirmaram ao TIJ, na quinta-feira, que o genocídio cometido por Israel atingiu um "nível horrível", referindo-se, nomeadamente, a valas comuns, atos de tortura e bloqueio da ajuda humanitária.

"A África do Sul esperava, quando compareceu pela última vez perante este tribunal, pôr fim a este processo genocida para preservar a Palestina e o seu povo", afirmou Vusimuzi Madonsela, representante de Pretória.

"Em vez disso, o genocídio de Israel continuou a bom ritmo e atingiu agora um novo e horrível nível", acrescentou, segundo a agência francesa AFP.

A audiência de hoje no TIJ destina-se a analisar um novo pedido da África do Sul de medidas cautelares adicionais contra Israel, relacionadas com a ofensiva militar na Faixa de Gaza.

Numa decisão de janeiro, o TIJ ordenou a Israel que fizesse tudo o que estivesse ao seu alcance para impedir qualquer ato de genocídio e que permitisse a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Mas o tribunal não chegou ao ponto de ordenar um cessar-fogo e a África do Sul considera que a evolução da situação no terreno, nomeadamente a operação em Rafah, exige uma nova ordem do TIJ.

Pretória considerou que a continuação da ofensiva israelita está "a causar danos irreparáveis aos direitos do povo palestiniano", segundo os termos do pedido ao TIJ, citado pela agência espanhola Europa Press.

As decisões do TIJ, que resolve litígios entre Estados, são juridicamente vinculativas, mas o tribunal não tem meios para as fazer cumprir.

Leia Também: Câmara dos Representantes aprova projeto para enviar armas a Israel

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