Parece estar longe o fim da crise diplomática entre os governos de Espanha e da Argentina. Javier Milei voltou ao ataque e, após o regresso ao seu país de origem depois da viagem a Madrid, disse sentir-se "atacado" por Pedro Sánchez, acusando-o de ser "cobarde".
"Pedro Sánchez mete-se debaixo da saia das mulheres. É tão cobarde que precisou de me mandar bater nas mulheres", declarou Milei, numa entrevista ao canal de televisão Todo Noticias (TN), referindo-se às declarações feitas contra ele pela segunda vice-presidente do governo espanhol, Yolanda Díaz, e pela vice-presidente da Ciência, Inovação e Universidades, Diana Morant.
O líder argentino chamou "corrupta" à mulher de Pedro Sánchez durante um discurso numa convenção da extrema-direita em Madrid. O governo espanhol reagiu e exigiu que o presidente retire as acusações "muito sérias" e peça desculpas publicamente a Pedro Sánchez e à mulher, Begoña Gómez, considerando tratar-se de "algo sem precedentes na história das relações internacionais".
Milei justifica que não se "referiu a ninguém" e Sanchéz "autoincriminou-se".
"Não vou pedir-lhe desculpa em circunstância alguma, se fui eu que fui agredido. Toda a gente fala dos casos de corrupção da mulher por tráfico de influências e até já 'espremeram' um juiz, ele está envolvido", atirou Milei.
Na segunda-feira, Sanchéz pediu uma "retificação pública" a Milei devido às declarações que considerou insultuosas, anunciando a retirada da embaixadora do país em Buenos Aires.
"A resposta do Governo de Espanha estará de acordo com a dignidade que representa a democracia espanhola e com os laços de irmandade que unem Espanha e a Argentina, neste momento presidida por um Presidente que, infelizmente, não esteve à altura com as suas declarações", afirmou o líder espanhol.
Em sentido contrário, o porta-voz da presidência da Argentina, Manuel Adorni, exigiu que Espanha peça "sinceras desculpas" depois de tratarem Milei "como um vilão, um negacionista, um 'consumidor de substâncias', um autoritário, um antidemocrático e uma pessoa 'muito má'".
O porta-voz da presidência da Argentina, Manuel Adorni, exigiu que o Governo de Espanha peça "sinceras desculpas" ao Presidente argentino Javier Milei, para pôr fim a um conflito diplomático.
Lusa | 06:14 - 20/05/2024
"Relações não são construídas pelos dirigentes, são construídas pelo povo"
Ainda assim, durante a entrevista à TN, Milei procurou voltar a atenuar uma eventual rutura de relações diplomáticas com Espanha, garantindo que "a relação não será melindrada".
"As relações não são construídas pelos dirigentes, são construídas pelo povo. Recebemos muita imigração de Espanha e ninguém conseguirá quebrar esta ligação. A própria realidade vai impor-se", argumentou.
Javier Milei mostrou-se otimista com o resultado da sua viagem a Espanha e apontou: "Mostrou que sou o maior expoente da liberdade em todo o mundo. Estou noutro campeonato, onde vou gero um terramoto".
De recordar que Milei chegou a Madrid na sexta-feira e regressou no domingo à Argentina, depois de participar na convenção do Vox.
Foi a primeira viagem que fez a Espanha após ter tomado posse como presidente, mas não teve encontros com autoridades do país, pretendendo regressar ao país em junho, altura em que pedirá audiências oficiais.
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