"Não há nenhum argumento legal, de segurança ou moral que impeça os nossos parceiros de abater mísseis russos sobre o território da Ucrânia a partir do seu território", disse Kuleba em conferência de imprensa em Kyiv com a sua homóloga alemã, Annalena Baerbock.
No início da invasão russa, em fevereiro de 2022, a Ucrânia já tinha pedido ajuda ao Ocidente para abater mísseis russos sobre o seu território, mas os aliados de Kyiv consideraram que o risco de escalada do conflito era demasiado grande.
Kuleba descartou hoje este argumento, argumentando que abater mísseis não põe em perigo a Rússia ou os soldados russos. São "pedaços de metal que transportam a morte da Rússia para a Ucrânia", argumentou.
"Se não quiserem fazer isso, forneçam-nos todos os meios necessários. Vamos implantá-los no território da Ucrânia e nós mesmos intercetaremos esses mísseis", concluiu.
Annalena Baerbock também insistiu na necessidade de entregar mais meios de defesa antiaérea à Ucrânia o mais rapidamente possível.
"Cada hesitação e atraso no apoio à Ucrânia custa vidas inocentes. E cada hesitação em apoiar a Ucrânia também põe em risco a nossa própria segurança", comentou.
Segundo a ministra alemã, o Presidente russo, Vladimir Putin, "não conhece limites" e tem-se empenhado numa campanha de destruição, citando o exemplo da rede elétrica implacavelmente bombardeada.
"A melhor proteção contra o terrorismo russo com mísseis é fortalecer as defesas aéreas da Ucrânia. Portanto, esta é uma prioridade máxima para nós hoje em dia", declarou.
Esta é a oitava visita de Baerbock à Ucrânia desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022.
A viagem visa assegurar aos interlocutores ucranianos o apoio da Alemanha e da União Europeia (UE), mesmo tendo em conta o agravamento da situação na linha da frente, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão.
"O nosso apoio baseia-se na profunda convicção de que a Ucrânia irá vencer esta guerra", disse Baerbock à chegada a Kyiv, citada pela agência francesa AFP.
A Ucrânia tem pedido insistentemente ao Ocidente mais sistemas de defesa aérea para proteger Kharkiv, uma região fronteiriça com a Rússia, que é regularmente bombardeada, e as suas infraestruturas vitais.
Segundo o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o ataque russo lançado em 10 de maio em Kharkiv pode ser a primeira vaga de uma ofensiva mais vasta.
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