Taiwan lamenta comportamento militar provocador da China

Taiwan lamentou hoje as manobras militares da China em torno da ilha, alguns dias após a tomada de posse do novo líder do território, William Lai Ching-te, descrevendo-as como um comportamento provocador.

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Lusa
23/05/2024 07:57 ‧ 23/05/2024 por Lusa

Mundo

Taiwan

lamentável ver a China adotar um comportamento militar unilateral e provocador, que ameaça a democracia e a liberdade de Taiwan, bem como a paz e a estabilidade regionais", declarou a porta-voz da presidência de Taiwan, Karen Kuo, em comunicado.

"Face aos desafios e ameaças externas, continuaremos a defender a democracia", sublinhou.

A China cercou hoje Taiwan com navios e aviões militares, no âmbito de manobras apresentadas por Pequim como um castigo contra Lai e as forças independentistas da ilha.

Os exercícios ocorrem três dias após o discurso de tomada de posse de Lai, no qual ele defendeu que Pequim tem de "enfrentar a realidade da existência da República da China", o nome oficial de Taiwan.

O território de 23 milhões de habitantes opera como uma entidade política soberana, com diplomacia e exército próprios, apesar de oficialmente não ser independente. Pequim considera a ilha uma província sua, que deve ser reunificada, pela força, caso seja necessário.

Pequim considerou assim que o discurso de Lai promoveu "falácias separatistas" e "incitou ao confronto e à hostilidade" entre os dois lados do Estreito de Taiwan.

As manobras tiveram início às 07:45 de hoje (00:45, em Lisboa) e devem prolongar-se até sexta-feira, declarou Li Xi, porta-voz do teatro de operações oriental do Exército chinês, em comunicado.

As operações estão a decorrer "no Estreito de Taiwan, a norte, sul e leste da ilha de Taiwan, bem como nas zonas em torno das ilhas de Kinmen, Matsu, Wuqiu e Dongyin", lê-se na mesma nota.

Estas últimas ilhas situam-se na proximidade imediata da costa oriental chinesa.

Em declarações à televisão estatal chinesa CCTV, Zhang Chi, professor da Universidade de Defesa Nacional em Pequim, afirmou que as manobras visam "impor um bloqueio económico à ilha", estrangulando o porto de Kaohsiung, no sul de Taiwan, que é de importância estratégica .

Esse bloqueio permitiria cortar "as importações de energia que são vitais para Taiwan" e "bloquear o apoio que alguns aliados dos EUA estão a dar às forças 'independentistas' de Taiwan", afirmou Zhang.

Leia Também: Manobras militares da China são "provocações e ações irracionais"

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