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Israel repreende países por reconhecerem Estado palestiniano

O Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita avisou hoje os embaixadores da Irlanda, Espanha e Noruega que o reconhecimento do Estado da Palestina pelos seus países trará "consequências graves".

Israel repreende países por reconhecerem Estado palestiniano
Notícias ao Minuto

16:25 - 23/05/24 por Lusa

Mundo Médio Oriente:

"Haverá consequências graves para as relações com estes países na sequência da sua decisão", declarou o porta-voz Oren Marmorstein, num comunicado divulgado após um encontro com os embaixadores dos três países europeus, que foram convocados para serem "repreendidos" um dia depois de terem anunciado a sua decisão de reconhecer o Estado da Palestina a partir de 28 de maio.

Quarta-feira, a Espanha, a Irlanda e a Noruega anunciaram que vão reconhecer o Estado da Palestina a 28 de maio, o que levou Israel a chamar os seus embaixadores nestes três países para consultas.

Os anúncios destes três países, aplaudidos pela Arábia Saudita, Jordânia e Egito, elevam para 146 o número de Estados-membros das Nações Unidas que reconhecem o Estado da Palestina.

Malta e a Eslovénia também afirmaram que poderiam dar este passo em breve, enquanto Israel criticou todas estas decisões e afirmou que terão um impacto negativo na região.

No mesmo dia, fonte oficial da Casa Branca indicou que o Presidente norte-americano, Joe Biden, opõe-se ao reconhecimento unilateral de um Estado palestiniano.

"[Joe Biden] acredita que um Estado palestiniano deve surgir através de negociações diretas entre as partes e não através de um reconhecimento unilateral", afirmou, Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional norte-americana.

"O Presidente [Biden] é um forte apoiante de uma solução de dois Estados e tem-no sido ao longo da sua carreira. Acredita que um Estado palestiniano deve ser criado através de negociações diretas entre as partes e não através de um reconhecimento unilateral", afirmou em reação à decisão de três países europeus de reconhecerem o Estado da Palestina.

Paralelamente, e também hoje o diretor-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, Jacob Blitstein, repreendeu os embaixadores dos três países.

"A decisão dos seus governos é uma recompensa para o Hamas e o Hamas felicita-os por isso", disse Blitstein durante a reunião na sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita em Jerusalém, segundo um comunicado deste departamento governamental.

"Terá consequências mais graves para as nossas relações com os vossos países", advertiu Blitstein a Ana Salomon, de Espanha, Sonya McGuiness, da Irlanda, e Per Egil Selvaag, da Noruega.

Os três embaixadores europeus foram confrontados com um vídeo divulgado quarta-feira que mostra milicianos do Hamas a entrarem numa base de observação militar em Nahal Oz, perto da Faixa de Gaza, e a deterem e levarem vários soldados.

"O reconhecimento dos seus governos não promove a paz e dá um impulso ao Hamas, tornando ainda mais difícil a promoção de um acordo para a libertação dos reféns", insistiu o diplomata israelita.

Blitstein sublinhou que Israel não tem intenção de terminar a guerra em Gaza enquanto não atingir os seus objetivos: "o fim do Hamas, o regresso de todos os raptados e o regresso da segurança para todos os seus cidadãos".

Israel convocou quarta-feira os três embaixadores para uma "conversa de repreensão", para além de ter chamado os seus enviados a Madrid, Dublin e Oslo para consultas, depois de estes executivos terem anunciado, quase em simultâneo, a intenção de reconhecer o Estado palestiniano.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, considerou a decisão uma "recompensa para os terroristas do Hamas", enquanto o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que "não se pode dar um Estado ao mal".

Mais de 140 países reconhecem o Estado palestiniano, oito dos quais europeus - Bulgária, Polónia, República Checa, Roménia, Eslováquia, Hungria, Chipre e Suécia -, bem como quase todos os países árabes ou historicamente ligados ao movimento dos não-alinhados.

Leia Também: Washington receia "crise" se Israel isolar os bancos palestinianos

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