O austríaco Walter Baier, o 'spitzenkandidat' da Esquerda para substituir Ursula von der Leyen no executivo comunitário, é entre os candidatos que hoje debateram no Parlamento Europeu (PE) em Bruxelas, o que se opõe ao envio de armamento para a Ucrânia, para que consiga defender-se da invasão russa.
"Queremos um cessar-fogo e queremos que a UE tenha um papel político para uma solução [de paz]. Nunca vi uma solução para um conflito ser encontrada no campo de batalha", criticou.
E acusou a UE, pela voz e decisões da atual presidente, de "não fazer um esforço para mediar uma solução".
Só assim, alegou, vai ser possível acabar com "esta guerra terrível e ter uma Ucrânia próspera e segura no futuro". A China e outros países que também alimentam o conflito, insistiu, têm igualmente de desempenhar um papel de mediação.
Questionado sobre a intenção de os países candidatos à adesão à UE quererem também aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO/OTAN), Baier referiu que "todos os países decidem o que acham ser melhor" para as suas circunstâncias, mas usou a Áustria como exemplo de um país europeu neutral.
"Eu acredito que a segurança no futuro não pode ser baseada em blocos militares, mas em medidas concretas que reduzam a ameaça de guerra na Europa", completou.
Os candidatos principais ('spitzenkandidaten') à presidência da Comissão Europeia participam hoje num debate em Bruxelas, marcado pela ausência dos representantes da extrema-direita, no terceiro e último frente-a-frente antes das eleições europeias, marcadas entre 06 e 09 de junho e nas quais votam quase 400 milhões de cidadãos dos 27 Estados-membros da União Europeia.
Este é o terceiro debate que junta os cabeças de lista ('spitzenkandidaten') das bancadas parlamentares da União Europeia às eleições europeias.
Organizado pelo Parlamento Europeu e pela União Europeia de Radiodifusão, o debate de hoje conta com a presença dos candidatos principais dos maiores partidos representados na assembleia europeia estão representados.
A figura dos candidatos principais - no termo alemão 'spitzenkandidat'- surgiu nas eleições europeias de 2014, com os maiores partidos europeus a apresentarem as suas escolhas para futuro presidente da Comissão, apesar de o modelo não ter sido seguido em 2019.
Este é o procedimento através do qual os partidos políticos europeus nomeiam cabeças de lista para o cargo de presidente da Comissão Europeia, sendo este papel atribuído ao candidato capaz de reunir maior apoio parlamentar após o sufrágio.
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