Insinuação de Trump de que Biden o queria matar é "extremamente perigosa"
O procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, qualificou como "falsa e extremamente perigosa" a acusação do ex-presidente Donald Trump de que o Departamento de Justiça autorizou "força letal" na operação policial na sua mansão na Florida.
© Kent Nishimura/Getty Images
Mundo EUA
O magnata republicano sugeriu esta terça-feira, num correio eletrónico de angariação de fundos, que a linguagem utilizada no mandado de busca implicava que o atual Presidente, o democrata Joe Biden, queria que agentes armados o derrubassem.
Na sua rede social, Truth Social, observou ainda que "o Departamento de Justiça de Joe Biden autorizou o FBI a usar força letal" contra ele.
A sua campanha alimentou esta ideia, ao acrescentar num outro correio eletrónico que "autorizar o uso de 'força letal' contra um ex-presidente dos Estados Unidos (e principal rival político do partido no poder) envolve o uso da lei como arma, para parte da administração Biden, a um nível totalmente novo".
"As consequências da negligência corrupta da Administração Biden e do desejo doentio de vingança poderiam ter sido catastróficas. Não haja dúvidas: o corrupto Joe Biden é a maior ameaça à democracia e os outros estão longe", podia ler-se naquela mensagem.
O despacho referido estabelece que os agentes podem recorrer à força letal quando se trate de um sujeito que represente perigo iminente de morte ou lesão física grave para um agente ou outra pessoa.
O próprio FBI (polícia federal) respondeu a estas acusações, garantindo que o "protocolo padrão" foi seguido naquela busca, como é feito em todas as operações semelhantes, bem como que "ninguém ordenou a tomada de medidas adicionais e não houve desvio da norma".
A mansão Mar-a-Lago do ex-Presidente e candidato presidencial republicano às eleições de novembro foi revistada no verão no âmbito do processo criminal aberto contra Trump por ter levado documentos confidenciais da Casa Branca quando deixou o poder.
Em 07 de maio, a juíza Aileen Cannon adiou indefinidamente a data deste julgamento enquanto se aguarda a resolução do litígio anterior, o que torna muito improvável que o processo ocorra antes das eleições de novembro.
A residência de Joe Biden em Delaware foi alvo de uma busca semelhante por parte do FBI no ano passado, como parte de uma investigação sobre o alegado uso indevido de documentos confidenciais.
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