"Cabe-nos a nós falar de surpresas. Ele (Netanyahu) deve esperar surpresas de nós (...)", respondeu o líder do grupo islamita num discurso transmitido em direto.
Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, a 07 de outubro, o Hezbollah tem realizado ataques diários contra Israel, em apoio ao seu aliado palestiniano Hamas. O exército israelita respondeu com ataques no Líbano e contra oficiais do Hezbollah.
"Eliminámos centenas de agentes do Hezbollah", afirmou Benjamin Netanyahu na quinta-feira, acrescentando: "Temos planos pormenorizados, importantes e até surpreendentes" para esta frente norte.
Esta sexta-feira, Hassan Nasrallah referiu que gostava de dizer ao governante israelita e ao "governo inimigo" que foram estudadas e ponderadas "todas as eventualidades e todos os cenários a que poderiam recorrer".
O Hamas e os outros aliados do Irão na região é que "surpreenderam" Israel, que "tem o exército e os serviços de informação mais poderosos da região", considerou Nasrallah, exemplificando com o ataque de outubro e com abertura da frente libanesa no dia seguinte.
"O Iémen surpreendeu-vos", com os seus rebeldes Houthis a atacarem navios no Mar Vermelho, assim como "o Iraque surpreendeu-vos, tal como o Irão, quando bombardearam o seu consulado" em Damasco, acrescentou.
A 01 de abril, um ataque atribuído a Israel teve como alvo o consulado iraniano em Damasco, matando sete soldados iranianos e a 13 de abril Teerão retaliou com um ataque sem precedentes contra Israel.
Discursando numa cerimónia de homenagem ao presidente iraniano, Ebrahim Raissi, e aos seus companheiros mortos num acidente de helicóptero no domingo, o líder do Hezbollah reiterou que o seu grupo tinha aberto a frente com Israel "para apoiar Gaza".
"Queremos que a guerra termine a qualquer momento", afirmou ainda o responsável, argumentando que Netanyahu "está determinado a ir para a guerra, vai conduzir o seu país ao desastre".
A guerra em curso na Faixa de Gaza decorre da retaliação de Israel ao ataque sem precedentes de outubro perpetrado pelo Hamas em outubro e já causou mais de 35.700 mortos, de acordo com números atualizados das autoridades locais.
O conflito causou também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
Em outubro, o Hamas matou mais de 1.170 pessoas, na maioria civis, além de fazer 252 reféns, segundo as autoridades israelitas.
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