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Polónia terá 4% do PIB em Defesa em 2025 para estar "preparada para tudo"

A Polónia vai dedicar 4% do seu Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 em defesa para estar "preparada para tudo", face à guerra da Ucrânia causada pela invasão russa, incentivando os polacos a construírem os seus abrigos antibomba.

Polónia terá 4% do PIB em Defesa em 2025 para estar "preparada para tudo"
Notícias ao Minuto

18:35 - 27/05/24 por Lusa

Mundo Polónia

"No final deste ano, penso que vamos ter entre 200 mil e 215 mil soldados [nas forças armadas polacas], quando há 10 anos eram cerca de 100 mil. E no próximo ano vamos gastar 4% do PIB em defesa, que penso ser a maior percentagem no seio da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte]", disse o vice-ministro da Defesa Nacional da Polónia, Cezary Tomczyk.

Em declarações a um grupo de jornalistas europeus, incluindo a agência Lusa, no âmbito do evento "Conversas sobre a Europa" organizado pelos jornais Gazeta Wyborcza e Die Zeit e pela Fundação Cultural Europeia, o governante admitiu estar em causa "uma grande quantidade de dinheiro".

"Tentamos informar todos os dias os cidadãos polacos sobre a necessidade de mobilizar todo este dinheiro para o exército porque sabemos onde vivemos", apontou, numa alusão à proximidade da Ucrânia, que foi invadida pela Rússia há dois anos.

Hoje mesmo, o governo polaco anunciou que pretende afetar cerca de 2,3 mil milhões de euros ao reforço da sua fronteira oriental, no âmbito de um plano designado de Escudo Oriental que será implementado entre 2024 e 2028 para garantir a segurança ao longo de 700 quilómetros de território.

Esta é a maior operação de reforço da segurança na zona desde 1945, quando terminou a Segunda Guerra Mundial.

"Vai ser um investimento de 4% do PIB, o equivalente a cerca de 200 mil milhões de zlótis [moeda local, cerca de 47 mil milhões de euros] aos quais temos de acrescentar também estes 10 mil milhões de zlótis [2,3 mil milhões de euros] no âmbito deste Escudo Oriental", precisou Cezary Tomczyk, respondendo a uma questão da Lusa.

Questionado se todas as infraestruturas do Escudo Oriental estarão concluídas em quatro anos, como ambicionado, o vice-ministro polaco da Defesa Nacional disse ser "possível", até porque "já está a acontecer", nomeadamente no que se refere à aposta em satélites.

"Também queremos alterar a lei nas próximas semanas para, não só para construir o Escudo Oriental, mas também para fazer alguns investimentos, por exemplo construir uma nova base para o exército polaco", referiu.

Embora rejeitando o envio de tropas polacas para a Ucrânia, que causaria eventuais retaliações russas, o governante sublinhou que "a NATO é forte, principalmente após o alargamento à Suécia e à Finlândia, e por isso deve demonstrá-lo e mostrar que está preparada para tudo".

"Putin [Presidente russo] só entende o poder. Eles construíram este grande exército para estarem preparados", comparou Cezary Tomczyk.

De acordo com o vice-ministro, a guerra da Ucrânia também mostrou "como é importante ter abrigos antibomba", razão pela qual o Governo polaco quer "ajudar as pessoas e alocar cerca de 10 mil milhões de zlótis [cerca de dois mil milhões de euros] para os cidadãos construírem espaços desse género".

"Todos deveriam saber o que fazer se algo acontecer", adiantou Cezary Tomczyk.

Localizada no leste europeu, a Polónia faz fronteira com a Ucrânia, a Bielorrússia e a Lituânia, tendo sido um dos países na linha da frente a apoiar o povo ucraniano e as forças armadas ucranianas face à invasão russa.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Leia Também: Rússia promete responder a restrições da Polónia a diplomatas russos

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