"Sanchez é cúmplice do incitamento ao genocídio do povo judeu"

As palavras são do ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, após as declarações o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, que revelou que Espanha vai formalizar o reconhecimento do Estado da Palestina.

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Notícias ao Minuto
28/05/2024 09:38 ‧ 28/05/2024 por Notícias ao Minuto

Mundo

Israel Katz

Minutos após das declarações do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, que deu conta que Espanha vai formalizar o reconhecimento do Estado da Palestina, o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, fez uma publicação na rede social X.

No 'tweet', Israel Katz acusa Sánchez de ser "cúmplice do incitamento ao genocídio do povo judeu e dos crimes de guerra" devido à sua decisão.

A publicação é ilustrada por uma fotografia de Yahia Sinwar, o líder do Hamas em Gaza e mentor do 7 de outubro, e do líder supremo iraniano Ali Khamenei.

Os três, segundo refere, "apelam ao fim do Estado de Israel e à criação de um Estado terrorista islâmico palestiniano do rio ao mar".

"Sanchez, ao não despedir Yolanda Diaz [ministra do Trabalho e Economia Social espanhola] e ao anunciar o reconhecimento do Estado palestiniano, é cúmplice no incitamento ao genocídio do povo judeu  e aos crimes de guerra", lê-se na partilha, em alusão às declarações de Yolanda Díaz, que afirmou que "a Palestina será livre 'do rio (Jordão) ao mar'".

Recorde-se que o primeiro-ministro de Espanha, o socialista Pedro Sánchez, fez uma declaração institucional, na manhã desta terça-feira, sobre o reconhecimento por parte do país do Estado da Palestina, passo que será formalizado no Conselho de Ministros.

"Na reunião de hoje do Conselho de Ministros, o Governo espanhol vai aprovar o reconhecimento do Estado da Palestina. A Espanha juntar-se-á assim aos mais de 140 países do mundo que já reconhecem a Palestina como um Estado. Trata-se de uma decisão histórica com um único objetivo: Ajudar os israelitas e os palestinianos a alcançar a paz", começou por dizer, na declaração transmitida a partir do Palácio da Moncloa, a sede do Governo de Espanha, citada pelo El País.

Sánchez esclareceu que não cabe a Espanha definir as fronteiras de outros Estados, pelo que o reconhecimento da Palestina que hoje fará o Conselho de Ministros tem como base as resoluções das Nações Unidas e os limites fixados em 1967, só reconhecendo alterações se forem acordadas entre as partes.

"Não é uma decisão que tomamos contra ninguém", acrescentou, garantindo que "não se trata apenas de uma questão de justiça histórica", mas também da "única solução" para alcançar a paz.

Na semana passada, os primeiros-ministros da Noruega, Jonas Gahr Store, e da Irlanda, Simon Harris, referiram também que Oslo e Dublin iriam reconhecer formalmente a Palestina esta terça-feira, dia 28 de maio.

Eslovénia e Malta ponderam dar este passo em breve e somar-se a Espanha, Irlanda e Noruega.

Mais de 140 países reconhecem já a Palestina como Estado, alguns deles, membros da União Europeia (UE), como Bulgária, Chipre, República Checa, Hungria, Polónia, Roménia e Eslováquia, que deram o passo em 1988, antes de aderirem ao bloco europeu.

A Suécia fez o mesmo em 2014, cumprindo uma promessa eleitoral dos sociais-democratas então no poder.

Noruega (que não faz parte da UE), Espanha e Irlanda vão juntar-se a estes países num momento em que Israel tem em curso, desde outubro, uma ofensiva militar na Faixa de Gaza.

O conflito foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Desde então, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que provocou mais de 36.000 mortos e uma grave crise humanitária, segundo o Hamas, que governa o enclave palestiniano desde 2007.

Leia Também: Reconhecer Estado da Palestina? “Não é uma decisão contra ninguém"

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