"Se um cidadão filipino morrer num ato intencional, isso seria muito próximo do que definimos como um ato de guerra e, por conseguinte, responderíamos em conformidade", afirmou Marcos Jr. durante uma entrevista em Singapura.
A questão dos conflitos no Mar do Sul da China é um dos temas em destaque no fórum de defesa Diálogo de Shangri-La, que decorre até domingo na cidade-Estado do Sudeste Asiático.
O fórum conta com a participação dos responsáveis pela defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, e da República Popular da China, Dong Jun.
O Presidente ucraniano, Voldymyr Zelensky, chegou hoje a Singapura para discursar no fórum no domingo de manhã (hora local), numa participação que não tinha sido anunciada.
Marcos Jr. advertiu também que a resposta reforçada poderia implicar a ativação do Tratado de Defesa Mútua assinado entre as Filipinas e os Estados Unidos, embora tenha sublinhado que pretende manter a paz na região.
"Estamos determinados a ser uma força para o bem, uma força para a paz [...] e um firme defensor da ordem internacional e das suas regras", afirmou, citado pela agência espanhola Europa Press.
O líder filipino acrescentou que a estabilidade na região "necessita que a China e os Estados Unidos giram a sua rivalidade de forma responsável".
As Filipinas estão no centro dos esforços de Washington para reforçar alianças e parcerias na região da Ásia-Pacífico para contrariar a crescente influência e poder militar da China.
Dada a posição no Mar do Sul da China e a proximidade de Taiwan, que Pequim considera pertencer à China, o apoio das Filipinas seria importante para os Estados Unidos em caso de conflito na região.
No ano passado, Manila alargou um acordo de 2014 que permitia o acesso dos militares norte-americanos a quatro bases adicionais, elevando o número total para nove.
Duas das bases situam-se no extremo norte do arquipélago filipino, a menos de 450 quilómetros de Taiwan, segundo a agência francesa AFP.
O acordo que autoriza as forças norte-americanas a passar e a armazenar equipamento nas Filipinas irritou a China, que acusou Washington de utilizar o país como "um peão para criar problemas no Mar do Sul da China".
Manila e Pequim têm uma longa história de incidentes marítimos, que se agravaram nos últimos anos.
Os navios da guarda costeira chinesa utilizaram canhões de água contra barcos filipinos em várias ocasiões em águas disputadas, onde também se registaram colisões de navios, ferindo vários soldados filipinos.
Marcos Jr. denunciou na sexta-feira, em Singapura, a continuação de "ações ilegais, coercivas, agressivas e enganosas" por parte da China, que disse constituírem violações da soberania filipina.
"Não tenho qualquer intenção de ceder. Os filipinos não vão ceder", insistiu.
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