Palestina aceita jurisdição do TIJ "com efeitos imediatos"

A Autoridade Palestiniana enviou ao Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) uma notificação aceitando "com efeitos imediatos" a sua jurisdição, após uma queixa da África do Sul contra Israel pela guerra que trava na Faixa de Gaza, foi hoje divulgado.

Notícia

© Michel Porro/Getty Images

Lusa
03/06/2024 18:16 ‧ 03/06/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

O TIJ, responsável pela resolução de litígios entre países, é uma instituição ligada às Nações Unidas, pelo que, tecnicamente, as suas decisões são vinculativas para todos os Estados-membros da ONU. Contudo, também é possível a "um Estado que não seja parte" do estatuto apresentar uma declaração por 'motu proprio'.

A Palestina é reconhecida pela ONU como um Estado observador não-membro e, a 31 de maio, manifestou ao TIJ o desejo de aceitar também a sua jurisdição. Comprometeu-se, assim, a respeitar "de boa-fé" as decisões do TIJ e a aceitar "todas as obrigações" que cabem a qualquer Estado-membro da ONU.

Desde abril de 2014, a Palestina é também parte da Convenção para a Prevenção e a Sanção do Crime de Genocídio, base em que assenta a denúncia apresentada pela África do Sul contra Israel.

O TIJ pronunciou-se já várias vezes este ano sobre a situação nos territórios palestinianos, em particular para instar Israel a tomar todas as medidas possíveis para impedir um possível genocídio na Faixa de Gaza e facilitar a entrada de ajuda humanitária.

A 24 de maio, ordenou a Israel que pusesse "imediatamente" fim à ofensiva à cidade de Rafah, no sul daquele território, onde estavam concentrados cerca de 1,4 milhões de palestinianos, mais de metade de toda a população.

Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o movimento islamita palestiniano Hamas depois de este, horas antes, ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando 1.189 pessoas, na maioria civis.

O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- fez também 252 reféns, 121 dos quais permanecem em cativeiro e 37 morreram entretanto, segundo o mais recente balanço do Exército israelita.

A guerra, que hoje entrou no 241.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 36.000 mortos, mais de 83.000 feridos e cerca de 10.000 desaparecidos, presumivelmente soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com números atualizados das autoridades locais.

O conflito causou também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

Leia Também: Câmara do Porto recusa projetar bandeira da Palestina na fachada

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas