A aquisição destes aviões de combate, que deverão elevar para 75 o número de F-35 em uso no Exército israelita, devem ser entregues em 2028 ao ritmo de "três a cinco aeronaves por ano", detalhou o Ministério de Defesa israelita, em comunicado.
O anúncio surge num contexto de tensões entre o executivo do Presidente norte-americano Joe Biden e o do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, depois de quase oito meses de guerra entre o movimento islâmico palestiniano Hamas e Israel ter devastado a Faixa de Gaza.
Em 08 de maio, o Presidente democrata causou surpresa ao anunciar que pararia as entregas de determinadas armas a Israel, país do qual os Estados Unidos são o principal apoiante militar, em particular "munições de artilharia", no caso de uma grande ofensiva militar contra a cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
Desde então, o Exército israelita avançou com a operação nessa cidade, para desalojar oficialmente os batalhões do Hamas ali concentrados, e os responsáveis norte-americanos defenderam que Israel teve em conta as observações e a relutância expressas por Washington face a uma operação de grande envergadura.
"Numa altura em que alguns dos nossos adversários tentam minar os nossos laços com o nosso maior aliado, tudo o que estamos a fazer é reforçar ainda mais a nossa aliança", realçou o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, citado no comunicado.
Israel é o único país do Oriente Médio que possui F-35, considerados os caças mais capazes do mercado. As forças israelitas receberam os dois primeiros dispositivos em 2016.
O Exército israelita, que realizou centenas de ataques na Síria desde o início da guerra neste país em 2011, a maioria visando alvos iranianos ou o movimento islamita libanês Hezbollah, congratulou-se em 2018 por ter realizado os "primeiros ataques operacionais no mundo com um F-35", sem contudo especificar em que teatro de operações.
Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas depois de este, horas antes, ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando 1.194 pessoas, na maioria civis.
Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Hamas fez também 251 reféns, 120 dos quais permanecem em cativeiro e 41 morreram entretanto, segundo o mais recente balanço do Exército israelita.
A guerra, que hoje entrou no 242.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 36.550 mortos, mais de 83.000 feridos e cerca de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros após quase oito meses de guerra, de acordo com números atualizados das autoridades locais.
O conflito causou também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
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