Irão considera "precipitada" resolução da Agência da Energia Atómica
A missão do Irão junto das Nações Unidas qualificou de "precipitada e irracional" a resolução hoje aprovada, em Viena, pelo Conselho de Governadores da Agência Internacional da Energia Atómica, que apela ao Irão para restringir o seu programa nuclear
© Reuters
Mundo AIEA
"A decisão dos países ocidentais foi precipitada e irracional e terá, sem dúvida, um efeito destrutivo no processo de interação diplomática e de cooperação construtiva", afirma a agência de notícias iraniana Isna, citando declarações da missão 'site' de notícias Al-Monitor.
O Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) adotou hoje uma resolução apelando formalmente ao Irão que coopere com os inspetores da agência da ONU e restrinja o seu programa nuclear.
O texto -- que foi apresentado por Reino Unido, França e Alemanha - foi aprovado por 20 dos 35 países do Conselho, com o aval dos Estados Unidos, que inicialmente estiveram relutantes, receando uma escalada das tensões no Médio Oriente.
Na passada semana, o Conselho de Governadores da AIEA recebeu um relatório que concluía que o Irão acelerou a produção de urânio enriquecido, com uma pureza de 60%, até 142,1 quilogramas, valor próximo de poder ser utilizado para o fabrico de uma bomba atómica.
O texto lamenta mais uma vez a ausência de "respostas técnicas credíveis" relativamente à presença de vestígios inexplicáveis de urânio em dois locais do Irão não declarados.
"É essencial e urgente" que Teerão esclareça a situação e conceda acesso aos locais em questão, insiste o texto.
A AIEA considera que o Irão deve "reverter a retirada da acreditação" de alguns dos seus inspetores mais experientes e voltar a ligar as câmaras de vigilância.
De significado simbólico nesta fase, a resolução visa aumentar a pressão sobre o Irão, que restringiu severamente a sua cooperação com a agência da ONU nos últimos anos.
Contudo, o texto pode ser o prelúdio para transmitir o desconforto perante a situação junto do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que tem poderes para tomar sanções.
Ainda assim, é quase certo que Moscovo e Pequim bloqueiem qualquer tentativa de sanção.
O texto foi modificado após intensas negociações com a diplomacia norte-americana, que rejeitou uma iniciativa semelhante em março, alegando receio de que provoque uma escalada no Médio Oriente.
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