O Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, localizado em Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza, enclave controlado pelo movimento islamita palestiniano Hamas, tinha adiantado inicialmente que nove mulheres e 14 crianças estavam entre as 33 pessoas mortas no ataque.
A morgue do hospital alterou posteriormente esses registos, indicando que entre os mortos do ataque à escola da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNRWA), transformada em abrigo, estão três mulheres, nove crianças e 21 homens, noticiou a agência Associated Press (AP).
As forças israelitas divulgaram hoje os nomes de nove altos responsáveis do Hamas e Jihad Islâmica que alegadamente foram mortos no ataque de quarta-feira à noite.
"Alguns destes terroristas participaram no ataque de 07 de outubro e planeavam ataques iminentes a partir daquela escola da UNRWA", frisou Daniel Hagari, o principal porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), durante numa videoconferência.
Daniel Hagari insistiu que o ataque foi dirigido apenas "contra três salas" desta escola, onde, denunciou, estavam entre 20 e 30 milicianos escondidos.
Estes elementos do Hamas e Jihad Islâmica utilizavam o complexo como uma "base operacional avançada para lançar ataques contra as forças israelitas".
"Lançamos o ataque quando os nossos serviços secretos confirmaram que não havia mulheres ou crianças nessas três turmas", garantiu, acrescentando que o ataque foi cancelado em duas ocasiões nos últimos dias por esse motivo.
O comissário da UNRWA, Philippe Lazzarini, também lamentou hoje, através da rede social X, que o ataque israelita à escola em Nuiserat tenha ocorrido "sem aviso prévio".
"A escola abrigava 6.000 pessoas deslocadas quando foi atacada. As alegações de que grupos armados estavam no abrigo são chocantes. De qualquer forma, não podemos verificar essas alegações", sublinhou Lazzarini.
Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, há oito meses, mais de 180 edifícios da UNRWA, na sua maioria escolas convertidas em abrigos, foram atacados.
"O resultado foi a morte de mais de 450 pessoas deslocadas nessas instalações", revelou a organização, num comunicado.
Lazzarini destacou ainda que "alvejar instalações das Nações Unidas ou utilizá-las para fins militares não pode ser a nova norma", apontando que atacá-las "é uma violação flagrante do Direito Internacional".
A guerra em curso na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque do movimento islamita Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e deixou mais de duas centenas de reféns na posse do grupo palestiniano, segundo Telavive.
A ofensiva israelita que se seguiu na Faixa de Gaza provocou mais de 36 mil mortos e uma grave crise humanitária no enclave palestiniano, de acordo com as autoridades locais tuteladas pelo Hamas, que controla o território desde 2007.
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