As buscas pelo apresentador Michael Mosley, que desapareceu nos últimos dias na Grécia, chegaram, este domingo ao fim, com as autoridades a descobrirem o seu corpo numa encosta.

As autoridades gregas confirmaram que se tratava do corpo do apresentador, que popularizou a dieta de jejum intermitente conhecida como 5:2, e que estava desaparecido há cinco dias.

Após a confirmação, citada pela imprensa internacional, os tributos não demoraram a chegar, com amigos e colegas a lembrarem o "enorme legado" deixado pelo apresentador de rádio e televisão, que morreu aos 67 anos.

"Para além do seu entusiasmo... ele tinha também o seu cérebro enciclopédico, que o acompanhava em todas as histórias", referiu o médico - e comediante - Phil Hammond à Sky News. "Ele garantia que todos os produtores tinham formação científica", explicou. O colega de Mosley disse ainda que este deixa um legado relacionado com o conhecimento, e que tinha ensinado muita matéria científica relacionada com a saúde pública a um vasto número de pessoas.

“Se o legado de Mike [Michael Mosley] for o facto de alguns dos conselhos que deu sobre exercício, dieta e manutenção da forma poderem ser mais amplamente difundidos, esse seria, penso eu, um legado adequado”, reforçou.

Uma das colegas de Mosley no programa pelo qual ficou conhecido, 'Trust Me, I'm A Doctor', lamentou também a morte. "Acho que nos últimos dias todas estávamos à estava à espera de um cenário diferente, de um resultado diferente", explicou a colega à imprensa britânica.

"Durante toda a sua carreira, usou o seu corpo, levou o seu corpo a extremos em nome da ciência, em nome da descoberta de melhores resultados de saúde para o resto de nós. Acho que todos nós estávamos à espera de um resultado [destas buscas] diferentes", acrescentou.

A colega continuou as suas declarações, explicando que o homem que aparecia no pequeno ecrã refletia a pessoa que ela era. "Era tão profissional quanto, mas também cheio de humanismo. Vivia e respirava o trabalho", apontou.

Alice Roberts, uma outra colega que trabalhava com Michael na televisão, explicou que a última vez que o viu foi há duas semanas. "A fragilidade da vida é muito chocante. Nem posso acreditar que ele morreu", afirmou.

"É difícil descrever quanto estou perturbado com esta notícia"

Mas não só os seus colegas reagiram à morte, como também políticos, tal como Tom Watson, do Partido Trabalhista: "É difícil descrever quanto estou perturbado com esta notícia", escreveu nas redes sociais, citado pela imprensa, acrescentando: "Através de um jornalismo corajoso e baseado na ciência, Michael Mosley ajudou milhares de pessoas a ficarem bem e saudáveis. Eu sou uma delas. Ele foi um herói para mim. Sentirei profundamente a sua falta. Os meus pensamentos e orações estão com a família dele".

Também o editor da Mail Newspapers lembrou o apresentador, considerando que Mosley era "um colunista único" que "salvou e aumentou a vida de milhares de leitores". "O Michael era extremamente bondoso, não tenho hesitado oferecer a sua casa como um santuário a uma família ucraniana", contou.

Para além de colegas, também a família reagiu a esta perda, com a sua esposa, Clare Mosley, a sublinhar que têm "recebido todo o amor" que tem sido deixado, amor este que tem "reconfortado". "É devastador perder o Michael, o meu marido engraçado, maravilhoso, bondoso e brilhante. Tivemos uma vida incrível juntos. Fomos muito felizes juntos. Estou muito orgulhosa dos nossos filhos, da sua resiliência e do apoio nos últimos dias", escreveu, em comunicado citado pela Sky News.

"Michael era uma aventureiro, e isso fazia dele uma pessoa especial", afirmou.

O que se passou?

O corpo foi encontrado junto a uma vedação, com um guarda-chuva por perto, a cerca de 30 minutos a pé da aldeia de Pedi, onde Mosley foi visto pela última vez.

Michael Mosley© Reuters

Note-se que as autoridades gregas tinham estado a efetuar uma busca exaustiva do Dr. Mosley ao longo dos últimos cinco dias. O esforço incluiu bombeiros, cães, helicópteros, drones, população local e agentes de Symi e de fora da ilha. 

O homem de 67 anos tinha deixado a esposa numa na praia de Agios Nikolaos, na ilha grega de Symi, e decidiu ir fazer uma caminhada por um trilho em direção à vila piscatória de Pedi, por volta das 13h30 de quarta-feira, horário local.

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