França. Líder da extrema-direita desafia Macron a dissolver o parlamento

O líder do partido de extrema-direita francês União Nacional, Jordan Bardella, vencedor destacado das eleições europeias, desafiou o Presidente a convocar eleições antecipadas, alegando que o resultado representa uma "rejeição clara" de Emmanuel Macron. 

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© Artur Widak/NurPhoto via Getty Images

Lusa
09/06/2024 19:54 ‧ 09/06/2024 por Lusa

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"Esta noite, os nossos compatriotas expressaram um desejo de mudança, mas também um caminho para o futuro", afirmou, numa declaração em Paris, onde foi recebido pelos militantes com gritos de "já ganhámos". 

"Recebemos este resultado com humildade, com gravidade e com um espírito de grande responsabilidade", vincou, à chegada ao palco no Pavilhão Chesnay du Roy, zona leste de Paris.

O presidente do partido de extrema-direita desde 2022 considera que uma "mensagem clara foi enviada a Emmanuel Macron e aos líderes europeus". 

As primeiras projeções da empresa Ipsos para a maioria dos meios de comunicação social franceses indicam que a União Nacional (Rassemblement National, RN na sigla francesa), formação de extrema-direita, obteve 31,5%, quase um terço do total. 

Este resultado representa mais do dobro dos votos previstos para o Renascimento (Renaissance, RE), o partido do Presidente Emmanuel Macron (15,2%).

"O fosso sem precedentes entre a maioria presidencial e o principal partido da oposição reflete, esta noite, um repúdio e uma rejeição clara da política conduzida por Emmanuel Macron e pelo seu governo. O Presidente da República não pode ficar surdo a esta mensagem", continuou Bardella. 

O eurodeputado pediu assim "solenemente" ao Chefe de Estado que dissolva a Assembleia Nacional e promova eleições legislativas, que estavam previstas para junho de 2027.

"Esta noite, os nossos compatriotas expressaram um desejo de mudança, mas também um caminho para o futuro", disse.

O Presidente adiantou que fará uma declaração ainda hoje.

À esquerda, as sondagens confirmam um ressurgimento surpreendente do Partido Socialista francês, com o candidato principal Raphaël Glucksmann, que obteve 14% dos votos, segundo estas estimativas. 

O partido de extrema-esquerda França Insubmissa (La France Insoumise, LFI), cuja lista foi liderada por Manon Aubry, ficou em quarto lugar, com 8,7%, seguida pelos Republicanos (Républicains, centro direita), com 7,2%, Reconquista! (Reconquête, extrema-direita), com 5,5%, e Ecologistas (Les Écologistes, EELV, esquerda), com 5,2%. 

Só os partidos que fiquem acima da fasquia de 5% dos votos entre as 38 listas que se apresentaram às eleições em França poderão eleger eurodeputados.

O partido fundado por Jean-Marie Le Pen, inicialmente designado por Frente Nacional (Front National), já tinha ganho as eleições europeias de 2014 (24.86%) e 2019 (23,34%), mas por margens mais estreitas.

Mais de 49 milhões de franceses foram chamados às urnas para eleger 81 eurodeputados, o maior contingente depois da Alemanha.

Leia Também: Extrema-direita francesa confiante na vitória e "censura" a Macron

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