Num vídeo publicado no Youtube, Conille disse sentir-se bem e preparado para prosseguir a sua promessa de ajudar o país -- que reparte com a República Dominicana esta ilha caribenha -- a combater a atual crise de segurança e formar um Governo que também forneça prioridade aos cuidados de saúde.
"Durante o meu internamento no hospital, pensei numa coisa: as pessoas que necessitam de deslocar-se ao hospital central não podem [devido à violência generalizada no país]. As pessoas que necessitam de cuidados de saúde não o conseguem".
O gabinete do primeiro-ministro afirmou num comunicado que Conille se sentiu mal na noite de sábado, na capital Port-au-Prince, "após uma semana de atividades intensas", mas acrescentou que o governante estava em situação estável no hospital Pétion-Ville.
Horas antes de ser hospitalizado, Conille tinha visitado o principal aeroporto internacional do país, que reabriu recentemente depois de estar encerrado durante quase três meses devido à violência de grupos de crime organizado.
Em 29 de maio, na primeira declaração pública depois de ser nomeado, Conille prometeu unidade e afirmou-se honrado por ter sido escolhido.
"Juntos, trabalharemos para um amanhã melhor para todas as crianças da nossa nação", escreveu na rede social X (antigo Twitter), em crioulo haitiano.
Conille foi nomeado primeiro-ministro em 28 de maio, com o voto favorável de seis dos sete membros do conselho presidencial de transição, após um complicado processo de seleção, que tinha começado há um mês.
O antigo ministro das Finanças do Haiti Michel Patrick Boisvert era quem ocupava o cargo de primeiro-ministro interino, na sequência da demissão do antigo primeiro-ministro Ariel Henry, em abril, na sequência de um surto de violência de gangues.
Conille foi chefe de Governo entre setembro de 2011 e fevereiro de 2012, durante a administração do Presidente Michel Martelly, mas demitiu-se após um conflito com o próprio executivo.
O dirigente de 58 anos era o diretor regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) para a América Latina e as Caraíbas desde janeiro de 2023, cargo do qual se demitiu.
A nomeação ocorreu numa altura em que o Haiti aguarda a chegada da missão multinacional de apoio à segurança, liderada pelo Quénia e com a aprovação das Nações Unidas, para travar a violência de grupos armados que controlam pelo menos 80% da capital.
No ano passado, oito mil pessoas morreram vítimas da violência no país, insegurança que aumentou ainda mais desde o final de fevereiro.
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